Como são Distribuídos Equitativamente os Recursos.No mundo de amanhã a distribuição de bens e serviços pode ser conseguida sem o uso de dinheiro ou passes de transporte através de grandes centros de distribuição. Estes centros funcionariam de modo similar a feiras de exposição onde as vantagens dos produtos novos são explicadas e demonstradas. Esses centros de exposição exibiriam o que há de novo e disponível, indicando a sua quantidade e sendo constantemente actualizados.
Em todas as comunidades espalhadas pelo globo haveria monitores tri-dimensionais instalados em cada lar. Caso se pretenda determinado artigo, um pedido será emitido e o artigo será entregue automaticamente em nossa casa sem um preço tabelado a pagar, servidão associada ou dívida de qualquer espécie. Este sistema poderia incluir tudo o que a população necessitasse em termos de utensílios para a casa, vestuário, educação, cuidados de saúde, entretenimento, etc.
As matérias-primas destinadas à produção dos artigos podem ser transportadas directamente para as instalações de fabrico através de sequências automatizadas de transporte utilizando barcos, mono carris, comboios de levitação magnética, condutas e tubos pneumáticos. Um sistema de inventário automatizado integraria por seu turno todos os centros de distribuição e instalações de fabrico, coordenando a produção para ir de encontro à encomenda efectuada. Desta forma pode ser mantida uma economia equilibrada e baseada nas reais necessidades de produção. As faltas, excessos de produção e desperdícios são assim eliminados neste sistema.
Se alguém visitar por exemplo o Parque Natural de Yellowstone, actualmente localizado nos Estados Unidos da América, pode simplesmente encomendar uma câmara de vídeo ou de fotografar, usá-la (mesmo que para isso necessite de assistir a aulas para aprender a usar a máquina ou técnicas de fotografia, ambas pagas na actual sociedade) e depois simplesmente devolvê-la a outro centro de distribuição, eliminando a necessidade de arrumação e a manutenção. O mesmo se passa com uma biblioteca pública mas mais convidativo e com mais potencial informativo. Existem tantas actividades e áreas de interesse possíveis nos centros de artes e ciências que as pessoas podem vaguear por eles até que se decidam qual se relaciona mais adequadamente com aquilo que procuram.
Neste futuro cibernético um casal pode visitar um centro de projecto arquitectónico onde se senta frente a um monitor hemisférico de aproximadamente dois metros de diâmetro, descrever o tipo de casa que pretende e os pormenores que gostaria de ver presentes e, em pouco tempo, ter uma projecção tridimensional do objecto pretendido no centro desse hemisfério. Essa imagem pode ser lentamente rodada para apresentar uma visão completa tanto do interior como do exterior. Caso solicitem alguma alteração a imagem tridimensional é rapidamente alterada de acordo com essa vontade. Uma vez terminada a encomenda o computador apresenta várias alternativas possíveis que podem ser visitadas virtualmente e novamente modificadas de acordo com a vontade dos interessados. Quando se atinge o projecto final os procedimentos de construção são iniciados, seleccionando o computador os materiais em função da eficiência e da durabilidade. Nenhuma da arquitectura produzida tem carácter permanente, podendo ser modificada e actualizada a pedido dos seus ocupantes. A isto se chama uma real escolha individual. Num sistema monetário a maior parte da população vive perto da sua área de trabalho com uma casa, um carro e um estilo de vida que não pode pagar (ou que pelo menos frequentemente tem muita dificuldade em pagar), em vez de viver numa zona de que realmente goste. A sua liberdade de escolha fica assim limitada ao seu poder de compra. Por outro lado, muitas pessoas ricas escolhem o local para viver com base apenas no preço dos terrenos e com o único intuito de poderem impressionar os demais com o seu “status”. A economia baseada nos recursos altera a função residencial de símbolo de “status” ou abrigo básico para uma reflexão sobre a individualidade e os interesses pessoais de cada um.
Assuntos Familiares.Apesar das novas tecnologias nos parecerem fantásticas, podemos facilmente compreender que os mais profundos efeitos não se repercutem nessas tecnologias mas sim nos nossos estilos de vida. Na maior parte dos casos e no sistema social actual é necessário que ambos os membros de um casal trabalhem para que consigam sustentar o seu estilo de vida. A economia monetária mina por isso a coesão familiar e os cuidados prestados às crianças porque os pais não dispõem da quantidade de tempo adequado para dedicar aos seus filhos e são constantemente importunados por uma crescente onda de contas para pagar que vão desde despesas médicas, seguros de vida, despesas de educação, até ao custo de vida mais básico como são os alimentos, a energia e a água para consumo doméstico.
É precisamente nesta área que surge um dos mais profundos benefícios da nossa nova civilização. Jornadas de trabalho mais curtas bastam para que os membros de uma família possam dedicar mais tempo uns aos outros e a si próprios, permitindo enfoque nas áreas de interesse pessoal. O livre acesso a bens e serviços transforma os lares em locais mais aprazíveis e a abolição das obrigações económicas para com os bancos e o Estado reduz a agitação familiar. Esta nova sociedade é concebida de modo a que as pessoas possam escolher os seus próprios interesses, desenvolvendo potenciais eventualmente escondidos e perseguindo os seus sonhos sem qualquer intervenção do governo ou restrição financeira.
Conclusão.Os conflitos existentes hoje com os nossos semelhantes humanos decorrem essencialmente de diferenças de valores e do limitado acesso às necessidades básicas da vida. Se conseguirmos atingir uma civilização futura mais sã os conflitos centrar-se-ão em resolver problemas comuns a todos os humanos do planeta. Numa cultura vibrante e emergente, ao invés de termos conflitos entre nações teremos de resolver desafios relacionados com a crescente escassez de alimentos, a reparação de ecossistemas gravemente afectados, a produção de tecnologias inovadoras e limpas, o aumento do rendimento agrícola, a melhoria das comunicações interpessoais e entre nações, a partilha desprovida de lucro de tecnologias e a meta de viver uma vida com mais significado real.
As pessoas devem ser livres de perseguir quaisquer empreendimentos que achem construtivos para a sociedade sem pressões económicas, constrangimentos e impostos que são inerentes ao actual sistema monetário. E por empreendimentos construtivos queremos dizer qualquer projecto que melhore a vida dos indivíduos e do colectivo. Com estas grandes alterações as pessoas poderão viver mais tempo, com mais saúde e com um sentido de vida mais livre e mais adequado às aspirações de cada um. A medida do sucesso passaria a ser a realização pessoal de cada indivíduo em prol da comunidade, em vez da acumulação desmesurada de riqueza, propriedade privada e poder pessoal.
À medida que melhoramos a vida dos outros, protegemos o nosso meio ambiente e trabalhamos no sentido de proporcionar abundância, todas as nossas vidas podem sair enriquecidas e mais seguras. Se estes valores fossem colocados em prática permitiriam a todos nós atingir um muito mais alto nível de vida num relativamente pequeno período de tempo, podendo e devendo depois ser continuamente melhorado para as gerações vindouras. Quando a educação e os recursos do planeta estiverem disponíveis para todos sem um preço associado a pagar não existirá limite para o potencial humano.
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