30 de junho de 2009

Estás mesmo a pedi-las Ção!


Direitos, liberdades e garantias de participação política.

"Artigo 48º. Participação na vida pública.
1. Todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos.

2. Todos os cidadãos têm o direito de ser esclarecidos objectivamente sobre actos do Estado e demais entidades públicas e de ser informados pelo Governo e outras autoridades acerca da gestão dos assuntos públicos."


Parece uma questão inócua... Será? Ora vejamos:

O poder político português não dá tempo suficiente aos cidadãos para analisarem, discutirem e manifestarem-se publicamente sobre processos de interesse nacional, o que leva a uma «enganadora participação das pessoas» e a uma «quebra na democracia», defendeu ontem a professora catedrática Helena Freitas. «Os políticos passam anos a analisar processos, mas a média de discussão pública é de vinte dias para os casos complexos, o que nem dá para aceder à maioria dos documentos», lamentou a docente, enquanto discursava na Quinta das Lágrimas, num jantar-conferência organizado pela Fundação Inês de Castro integrado no ciclo “Quintas na Quinta”. A oradora deu o exemplo do Plano Nacional de Barragens. «O Governo queria que as pessoas se pronunciassem sobre dez barragens em apenas vinte dias de debate. Agora imaginem a quantidade de documentação que o processo envolveu», lamentou Helena Freitas. A investigadora recordou depois a situação das Organizações não Governamentais para concluir que, em Portugal, «não há interesse efectivo do poder político em abrir os processos aos cidadãos». «O envolvimento das Organizações não Governamentais nas plataformas de discussão das políticas públicas gera facilmente a ilusão de uma participação efectiva, quando, na realidade, se exigem pareceres técnicos de dimensão e complexidade difíceis de gerir por estas organizações cívicas no curto tempo geralmente previsto para a participação pública, tornando assim óbvia a verdadeira intenção de actuar apenas para legitimar o processo», contextualizou Helena Freitas. No fundo «envolve-se a sociedade civil numa enganadora participação em processos decisórios, legitimando-se os procedimentos e reprimindo-se eventuais contestações», concretizou. (...)


Parece que a Dra Helena Freitas disse tudo...

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

A Cidade Universitária.



A Universidade de Arquitectura e Estudos Ambientais, ou “Universidade do Mundo” é uma área de testes para cada fase de desenvolvimento arquitectónico de todo o projecto. Trata-se de um instituto de investigação vivo, em constante evolução e aberto a todos aqueles que nele tenham interesse em participar, onde o desempenho de cada aluno é avaliado na acreditação de competências e onde as descobertas desenvolvidas são aplicadas directamente à estrutura social com benefício para toda a humanidade.
É suposto os investigadores viverem nestas cidades experimentais e fornecerem constantemente informação acerca da adequação e bom funcionamento das várias estruturas que compõem o projecto global. Essa informação é depois usada para introduzir as alterações naquelas estruturas que se revelem necessárias para que seja sempre atingida a máxima eficácia, conforto e segurança de operação. Estas instalações são também usadas para desenvolver sistemas de construção modular e componentes que são empregues em numerosas solicitações e preferências. Na maior parte das vezes a aparência externa dos edifícios reflecte a sua própria função, evidenciando que são projectados de dentro para fora.

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

Complexo Cibernético.





O complexo cibernético emprega a mais avançada tecnologia visual para projectar uma imagem virtual 3D da Terra em tempo real, utilizando para isso um sistema de satélites de comunicações que fornecem informação a nível mundial sobre as condições atmosféricas, correntes oceânicas, inventário actualizado de recursos, população, condições agrícolas e padrões de migração de aves e peixes. Os vários complexos cibernéticos interligados constituem o cérebro e o sistema nervoso de toda a civilização mundial, encontrando-se toda a informação que alberga disponível a requerimento de qualquer interessado via Internet. Este portal único de informação gere a nossa herança comum de recursos e monitoriza simultaneamente a capacidade de regeneração e saúde do planeta Terra.

Next!

Manuel Pedro, antigo sócio da empresa consultora que promoveu o projecto Freeport, revelou aos investigadores do caso que foi José Dias Inocêncio, ex-autarca de Alcochete, quem sugeriu, em Dezembro de 2001, a contratação de Capinha Lopes como arquitecto do projecto. Posteriormente, os sócios da Smith&Pedro adiantaram à sede da empresa, em Inglaterra, que com Capinha Lopes o projecto iria ser aprovado, já que este tinha bons contactos no Ministério do Ambiente.
Com a constituição como arguido de José Dias Inocêncio, alegadamente por suspeitas de corrupção passiva, que ocorreu ontem, a estratégia do Ministério Público fica clara: os procuradores pretendem "atacar" a fase intermédia do processo de decisão administrativa que viabilizou o outlet de Alcochete. É que além de Inocêncio e Capinha Lopes, também já foram constituídos arguidos Carlos Guerra, antigo presidente do Instituto de Conservação da Natureza (ICN), e José Manuel Marques, antigo vice-presidente do ICN.
Com esta linha de investigação, os procuradores Vítor Magalhães e Paes Faria parecem apostados em apresentar argumentos de que a decisão de viabilização do outlet foi ilícita. Logo, os crimes em causa (tráfico de influências e corrupção) não prescreveram.
O DN procurou durante a tarde de ontem contactar José Dias Inocêncio, mas este nunca atendeu o telemóvel. Recorde-se que, no início de Dezembro de 2001, o projecto Freeport foi chumbado pelo então governo de António Guterres. Porém, com a alteração do projecto, a entrada de um novo arquitecto e a vitória eleitoral de José Dias Inocêncio nas autárquicas de 2001, o mesmo governo acabou por aprovar o projecto, ao mesmo tempo que redefiniu os limites da Zona de Protecção do Estuário do Tejo (ZPE). Pelo meio, houve uma reunião no Ministério do Ambiente com representantes da empresa inglesa, reunião esta que terá sido pedida a José Sócrates por José Dias Inocêncio, mas que também teve um empurrão por parte de Júlio Monteiro, tio materno do então ministro do Ambiente, actualmente primeiro-ministro.
Esta sucessão de acontecimentos leva a que alguns dos intervenientes do caso considerem, tal como o DN já revelou, que o primeiro chumbo ao projecto, no início de Dezembro de 2001, foi "estratégico". Isto é, tal chumbo inviabilizou, por exemplo, que Miguel Boeiro, então presidente da autarquia eleito pela CDU, apresentasse o Freeport como trunfo eleitoral.
Miguel Boieiro, que já foi ouvido no processo como testemunha, disse já ao DN que o chumbo surpreendeu-o, já que todo o projecto estava a ser acompanhado a par e passo pela autarquia e pelos organismos do Ministério do Ambiente.
Nas últimas semanas, o processo revelou um andamento fora do normal: três constituições como arguidos. Ora, tal velocidade indicia que o MP quer terminar o mais rápido possível a investigação. Aliás, há bem pouco tempo, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal fez saber que estavam a ser realizadas "diligências com carácter de urgência". Os timings eleitorais colocam os investigadores sob pressão.
Notícia aqui.
São uma chatice os timings eleitorais. Esperemos que paguem caro pela avaria! E já agora, não há mais arguidos? O Pinóquio por exemplo!

Uma excelente notícia!

O Solar Impulse é tão leve como um carro médio de 1500 quilogramas mas tem uma envergadura de 61 metros. O avião, que trabalha só a energia solar de dia e de noite, foi apresentado hoje em Duebendorf, na Suíça. O suíço Bertrand Piccard, a cabeça do projecto do protótipo, já fez a volta ao mundo num balão de ar quente em 1999 e quer repetir o feito em 2012 com o sucessor do Solar Impulse. “Ontem foi um sonho. Hoje é um avião. Amanhã vai ser um embaixador das energias renováveis”, disse hoje Piccard aos jornalistas durante a conferência na cidade perto de Zurique. O HB-SIA tem 24 mil células solares ligadas a baterias com alta eficiência, que permitirão acumular energia vinda do sol para o avião poder continuar a trabalhar durante a noite. “Se uma aeronave é capaz de voar de dia e de noite sem combustível, impulsionada simplesmente pela energia solar, ninguém poderá dizer que é impossível de se fazer o mesmo com veículos a motor, sistemas de ar condicionado ou de aquecimento e computadores”, acrescentou. Para além da tecnologia solar, o protótipo com quatro motores tem características aerodinâmicas inovadoras como materiais muito resistentes e leves, que são capazes de suportar pressões a grandes altitudes. Os primeiros testes vão ter lugar ainda este ano, em 2010 será feita a primeira viagem nocturna pela Suíça. O passo seguinte será a construção do HB-SIB, que será ainda maior e vai permitir a Piccard e ao companheiro e piloto Andre Borschberg fazerem a volta ao mundo. A viagem terá entre 20 e 25 dias e será feita em cinco fases, cada uma com uma duração de vários dias. Esta apresentação sucedeu-se depois de seis anos de trabalho que envolveu 50 engenheiros e técnicos. O projecto de 70 milhões de euros teve o apoio do Deutsche Bank, da marca de relógios Omega e da empresa química Solvay.“O sucesso real do Solar Impulse será ter milhões de pessoas a seguir o projecto, a serem entusiastas e a dizer ‘se eles conseguiram pô-lo a viajar à volta do mundo com energias renováveis, então nós deveremos conseguir fazê-lo no nosso dia a dia’”, defendeu Piccard à BBC News.
Notícia aqui.

26 de junho de 2009

Estás mesmo a pedi-las Ção!


Direitos, liberdades e garantias pessoais.

"Artigo 47º. Liberdade de escolha de profissão e acesso à função pública.
1. Todos têm o direito de escolher livremente a profissão ou o género de trabalho, salvas as restrições legais impostas pelo interesse colectivo ou inerentes à sua própria capacidade.
2. Todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso."
Agora vejam o comentário do economista Eugénio Rosa retirado aqui:
Uma das funções mais importantes do direito administrativo é precisamente garantir a igualdade de todos os cidadãos no acesso à Administração. Daí a obrigatoriedade imposta por lei da publicitação dos lugares assim do acesso ser feito através de concurso público com procedimentos rigorosamente estabelecidos e o direito dos candidatos poderem impugnar nos tribunais administrativos qualquer situação que considerem irregular. Ora nº1 do artº 55 do Projecto de Lei do governo vem violar este principio fundamental do direito administrativo porque estabelece que "o dirigente máximo da entidade empregadora pública pode optar, em alternativa à publicitação do procedimento concursal nele previsto, pelo recurso a diplomados pelo curso de estudos avançados em gestão pública " do INA. E segundo o nº2 do mesmo artigo aqueles diplomados apenas podem ser integrados na carreira de técnico superior" e, de acordo com o nº5, " a remessa da lista ao INA compromete a entidade empregadora pública a, findo o curso, integrar o correspondente número de diplomados". Sabendo que estes cursos com a duração de um ano custam cerca de 5.000 euros, ficam também assim criadas as condições, para que este acesso não sujeito "à publicitação de procedimento concursal" , seja apenas para quem tenha dinheiro ou quem esteja disposto e tenha possibilidades de se endividar, em clara violação do princípio de igualdades de todos os cidadãos no acesso à Administração Pública.

Fantástico...

O Ministério da Administração Interna adjudicou esta terça-feira um contrato para a instalação do Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo da Costa Portuguesa (SIVICC) a uma empresa envolvida num caso de corrupção. Além de referenciada pela ‘Transparência Internacional’ (organização que funciona como um observatório da corrupção), a Indra, empresa espanhola a quem o Governo adjudicou o SIVICC, é suspeita de ter tentado corromper funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O caso deu-se em 2004, por ocasião de um concurso para fornecimento de material informático ao SEF. De acordo com o jornal ‘Público’, o inquérito levou mesmo ao indiciamento de dois funcionários do SEF – um dos quais fez parte do júri que seleccionaria a empresa vencedora do concurso. Agora a Indra volta a negociar com o Estado, desta vez através do Ministério da Administração Interna.
Notícia aqui.
Palavras para quê? És corrupto? Boa, vamos recompensar-te!

25 de junho de 2009

Então, e o Pinóquio?

No intervalo de uma semana, dois nomes do Instituto da Conservação da Natureza (ICN) foram constituídos arguidos no processo Freeport . Depois de Carlos Guerra, presidente do ICN na altura da aprovação ambiental do outlet de Alcochete, foi hoje a vez de José Manuel Marques, funcionário do ICN que trabalhava então como consultor da Câmara de Alcochete.

José Manuel Marques era vice-presidente do instituto quando, em 1999, assinou a pré-aprovação de uma versão inicial do que viria a ser o projecto comercial do Freeport. É também um dos nomes citados como sendo um dos principais suspeitos do caso na carta rogatória que as autoridades inglesas enviaram para Portugal no início do ano, embora o biólogo e actual funcionário da Reserva Natural do Estuário do Tejo não tivesse intervenção directa na aprovação do outlet, uma vez que os pareceres do ICN que levaram ao chumbo e depois à aprovação do Freeport não passaram por ele. Além de José Manuel Marques, já foram constituídos como arguidos Carlos Guerra , Capinha Lopes e os dois sócios da empresa de consultoria Smith&Pedro, Charles Smith e Manuel Pedro. Guerra viria a trabalhar como consultor para Manuel Pedro em projectos em que esteve também envolvido Capinha Lopes, arquitecto do Freeport.
Notícia aqui.

Vergonha!

Portugal é um dos piores alunos no combate à corrupção e continua a perpetuar práticas pouco transparentes que incentivam o crime económico internacional. Esta é a principal conclusão do quinto relatório da organização Transparência Internacional, divulgado esta semana, e que dá como exemplos casos como o do processo Freeport e o da compra dos submarinos por parte do então ministro da Defesa, Paulo Portas, durante o último Governo PSD/CDS-PP.

No documento, que avalia os 36 países da OCDE, Portugal encontra-se na pior categoria de um conjunto de três e onde se inserem os países que "pouco ou nada" fizeram para aplicar o compromisso firmado em 1997 a nível internacional. Uma situação que resulta de legislação pouco clara e de pouca fiscalização. Ao seu lado surgem países como a Argentina, Brasil, Grécia, México e África do Sul.

A organização - que elabora documentos sobre a corrupção pública em transacções comerciais internacionais - vai mais longe e dá exemplos: no Freeport, "os atrasos na cooperação judicial, por vezes aparentemente influenciados por considerações políticas, atrasam as investigações internacionais". E critica: "Portugal demorou três anos a responder a um pedido de cooperação do Reino Unido." Depois, refere a investigação ao presidente do Eurojust, por supostas pressões a magistrados do caso, o que gera na opinião pública pouca confiança na justiça. Destaca ainda o "tão falado caso dos submarinos" e o caso da espanhola Indra.

A ONG recomenda que Portugal crie uma entidade autónoma, que tenha a capacidade de centralizar e investigar as diversas situações, pois a "prevenção e detecção" falha por falta de "directivas precisas". Por outro lado, defende a aplicação de sanções mais severas. Luís de Sousa, investigador do ISCTE e um dos participantes do relatório, reconhece ao PÚBLICO que o Conselho de Prevenção da Corrupção, recentemente criado, tem pouca especialização: "É muito vocacionado para ser uma superinspecção da Administração Pública e uma forma barata de responder, mas que não dá resposta no combate à grande corrupção."

O fiscalista Saldanha Sanches, que participou no documento, lamenta que "a corrupção nunca tenha estado nas preocupações deste Governo", o que reflecte a sociedade: "Gondomar e Oeiras são exemplos de como se aceita a corrupção." E assegura que as melhorias que tivemos se devem a uma "forte pressão externa" e à noção de que Portugal se pode tornar "menos competitivo e atractivo".
Notícia aqui.

A beleza que andamos a destruir.

23 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

Cidades Auto-suficientes.



Muitas das cidades serão desenhadas como sistemas fechados auto-suficientes, muito semelhantes a navios de cruzeiro preparados para uma viagem de seis meses, contendo residências, teatros, parques de diversão, centros de entretenimento, centros de saúde e de educação, assim como todos os requisitos para um ambiente total de vida normal. Tudo nestas cidades estaria o mais perto possível do referido sistema fechado, dentro das condições próprias do local e visando a auto-sustentabilidade. Em localizações mais a norte poderá haver a necessidade de estabelecer cidades parcialmente subterrâneas.

22 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

A Cidade Circular.


O perímetro exterior da cidade circular, ou radial, constitui parte da área de recreio e contem campos de golfe, percursos para caminhadas e bicicletas e ainda a possibilidade de praticar desportos aquáticos. Um canal de água rodeia a cintura agrícola com os seus edifícios transparentes. A aplicação das mais recentes tecnologias elimina de uma vez por todas o uso de químicos e pesticidas perigosos. Continuando rumo ao centro da cidade, oito sectores verdes plantados garantem o fornecimento de energia limpa e renovável, obtida através do vento, da geotermia e da energia solar. A cintura residencial conta com belas paisagens, lagos e linhas de água sinuosas. As casas e apartamentos estão amenamente contornados por vegetação para que se misturem com a restante paisagem. Um vasto leque de arquitectura inovadora fornece aos ocupantes múltiplas escolhas de residência.





Adjacente ao bairro residencial, uma rica selecção de produtos saudáveis e cultivados de forma orgânica encontra-se disponível 24 horas por dia. Segue-se a zona de apartamentos e centros de projecto que rodeiam a cúpula central da cidade que por sua vez alberga oito pequenas cúpulas onde se encontram os centros de ciência, arte, música, pesquisa, exposição, entretenimento e de conferências, todas completamente equipadas e disponíveis para todos os habitantes.
A cúpula central propriamente dita, ou tema central, alberga o sistema cibernético de controlo, as instalações destinadas à educação, o centro de saúde e instalações destinadas a compras, comunicações, trabalho em rede e creche infantil. Como complemento, serve também como centro para a maioria dos serviços de transporte que adquirem a forma horizontal, vertical, radial e circular, transportando em segurança os passageiros para qualquer lugar da cidade. Este sistema facilita o transporte eficiente de residentes na cidade, eliminando a necessidade de automóveis. O transporte entre cidades é garantido por veículos eléctricos que se deslocam em monocarris.

Mais um...

Carlos Guerra, ex-presidente do Instituto de Conservação da Natureza, é o quarto arguido do processo Freeport, noticiou a TVI. Guerra junta-se assim aos arguidos Charles Smith e a Manuel Pedro (intermediários no negócio do Centro Comercial Freeport) e ao arquitecto Eduardo Capinha Lopes que assinou o projecto do "outlet" de Alcochete. Guerra desempenha hoje o cargo de director do Gabinete de Planeamento e Política do Ministério da Agricultura, por nomeação do ministro Jaime Silva e é, simultaneamente, gestor do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PRODER). Na passada quarta-feira foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) pelos procuradores titulares do processo, Vítor Magalhães e Paes Faria e ainda por inspectores da PJ de Setúbal, tendo sido constituído arguido.
Notícia aqui.
Pronto, está esclarecido aquilo que aqui disse e insinuei...

18 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

Transporte.

Quando se mostrar necessário viajar para fora da cidade, veículos guiados por computador preparados para terra, mar, ar e espaço poderão transportar tanto passageiros como carga. Para obter uma movimentação rápida dos passageiros em terra e ao atravessar viadutos, pontes e túneis serão utilizados comboios de alta-velocidade que cobrem rapidamente grandes distâncias e que substituem eficientemente a grande maioria dos transportes aéreos. Alguns compartimentos de passageiros das unidades de transporte podem ser transferidos do comboio em movimento, o que elimina os tempos de espera nas estações intermédias. Vagões circulantes na linha-férrea, no mar e submarinos tratarão de resolver a maior parte do transporte de carga. Muitas das unidades de transporte terão componentes destacáveis e serão munidas com contentores standardizados, o que facilita a sua transferência.

Nas cidades, vários tipos de escadas-rolantes, elevadores e teleféricos podem ser concebidos para se movimentarem em todas as direcções, incluindo na vertical ao longo das fachadas dos edifícios, podendo ser interligados com outros sistemas de transporte que possam também chegar às habitações de cada um.

Muitas das unidades de transporte mais pequenas destinadas a pessoas podem ser operadas através da voz e, quando o comando pela voz não se revelar prático ou possível, podem ser utilizados métodos alternativos como os teclados. Sem o controlo das grandes corporações sobre a construção de automóveis, cujo único fim é o lucro puro, todos os sistemas de transporte podem ser projectados como modulares, em constante actualização e equipados com os últimos avanços da tecnologia.

17 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

As Casas.

Sendo já numerosas neste início do século XXI, as casas do futuro podem parecer algo surreais. As casas que podem ser abrigadas das condições atmosféricas por meio de dispositivos electrónicos são disso um exemplo. Ou o novo mobiliário que pode assumir formas que se adaptam directamente aos contornos do nosso corpo. Ou ainda as mais recentes tecnologias que, muito em breve, proporcionarão paredes completamente transparentes que permitem admirar a paisagem circundante sem que do exterior se veja alguma coisa para dentro do edifício. A luz solar pode ser controlada e suavizada de acordo com as preferências dos ocupantes e com o mero toque de um dedo. Para além destas inovações, estes edifícios fornecerão também uma eficaz barreira contra o som exterior, insectos e poeiras, mantendo facilmente a temperatura interior no grau desejado. Os telefones serão inteiramente invisíveis, visto que serão integrados na estrutura interior da habitação, e com o som dirigido directamente para os nossos ouvidos de modo electrónico. Os materiais que compõem o edifício gerarão energia, para além de poderem controlar termicamente a atmosfera envolvente.

Com a aplicação inteligente de tecnologias mais humanas, um vasto arranjo de casas individuais mas únicas pode ser facilmente obtido. Os elementos estruturais serão flexíveis e coerentemente organizados para melhor servir cada indivíduo na sua especificidade. As casas modulares pré-fabricadas incorporarão um alto grau de flexibilidade, característica inconcebível no passado, podendo ser montadas em qualquer lugar à nossa escolha, seja no meio de florestas, no topo de montanhas ou em ilhas remotas. Estas casas podem ser concebidas como residências autónomas com geradores térmicos, concentradores de calor e painéis fotovoltaicos aplicados directamente nas paredes exteriores dos edifícios. As janelas térmicas podem colorir-se para controlar o excesso de luz solar utilizando diferentes padrões e cores de ensombramento. Todas estas possibilidades técnicas são controladas pelo utilizador e fornecem energia mais do que suficiente para operar todas as funções da própria casa, desde a iluminação até ao aquecimento.

As casas seriam também dotadas de uma combinação rigorosa de diferentes metais, com o fim de beneficiar do efeito “par termoeléctrico” para aquecimento e arrefecimento interior. Outros materiais combinados com plástico ou compósitos cerâmicos constituiriam a estrutura da casa. Com esta aplicação combinada de materiais o resultado é que quanto mais quente estiver o exterior, mais fresco se tornará o interior do edifício, constituindo assim a estrutura um agente activo de regulação térmica. Os interiores das habitações contudo, seriam sempre concebidos para se adequarem às preferências de cada indivíduo.

Estás mesmo a pedi-las Ção!


Direitos, liberdades e garantias pessoais.

"Artigo 46º. Liberdade de associação.
1. Os cidadãos têm o direito de, livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal.
2. As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e mediante decisão judicial.
3. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem coagido por qualquer meio a permanecer nela.
4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista."
Ah, então e o que é o P.N.R. senão uma organização racista e com ideologia fascista?!

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

Considerações sobre o Desenho.

Houve um tempo em que os adornos arquitectónicos eram parte integrante da construção ou do edifício. As colunas esguias e os pórticos colunados da Grécia e Roma antigas eram elementos que faziam parte daquelas estruturas. Com o advento de novos e mais leves materiais de construção, assim como de novas técnicas de engenharia aplicadas à construção, tornou-se possível vencer grandes vãos sem o recurso intensivo a colunas ou a outras estruturas de suporte.

A economia baseada nos recursos deixaria de alinhar na retirada consciente de eficiência estrutural em prol de estéticas impressionantes para o olhar, porque se continuarmos a projectar os nossos edifícios com exuberantes decorações e desperdício de materiais, estaremos a diminuir o nível de vida dos outros através do uso inapropriado de recursos. Projectar um edifício com muitas projecções artificiais não lhe confere automaticamente originalidade, criatividade ou individualidade. A individualidade expressa-se pela nossa forma única de pensar acerca de nós próprios e sobre o mundo que nos rodeia, nunca pela nossa aparência exterior.

Esta linha de pensamento não tem como finalidade depreciar as belíssimas estruturas erigidas no passado com a limitada tecnologia disponível na altura, no entanto, a contínua aplicação de métodos de construção antiquados retarda o pensamento inovador e criativo imprescindível a uma cultura emergente.

O uso inteligente de recursos incorporado na construção de estruturas simplifica consideravelmente o nosso estilo de vida e reduz bastante o desperdício e a manutenção dessas estruturas. Estas novas cidades de que falamos satisfarão as necessidades dos seus habitantes através de uma dotação eficiente de recursos e materiais num ambiente sem poluição e com um consumo consciente de energia.

15 de junho de 2009

Mais uma boa notícia.

Portugal mantém-se com tendência ascendente nas energias renováveis, tanto é que segundo os dados do primeiro trimestre de 2009 houve um aumento de 64% da produção de energia eléctrica a partir de fontes renováveis. Os dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia mostram que Portugal continua com uma boa performance no campo das energias renováveis, com um aumento de 64% na produção de energia eléctrica, face a igual período de 2008. No período terminado em Março, a produção de energia eólica aumentou 14%, em comparação homóloga. A energia hídrica registou uma subida menos acentuada em Março, comparativamente aos dois primeiros meses do ano. O total da potência instalada renovável atingiu os 8 502 MW no final do primeiro trimestre de 2009.
Notícia aqui.

Muitas vezes, é apenas disto que precisamos!



12 de junho de 2009

Em cheio!



(recebido por e-mail)

10 de junho de 2009

5 de junho de 2009

Direitos, liberdades e garantias pessoais.

"Artigo 45º. Direito de reunião e de manifestação.

1. Os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.

2. A todos os cidadãos é reconhecido o direito de manifestação."

Agora vejam isto:


A três alunos da Escola Secundária de Penacova, a organização de uma greve e uma manifestação contra o Estatuto do Aluno, no dia 17 de Novembro de 2008, colocou-os a braços com a Justiça, num caso que redundou agora na suspensão provisória do processo, por quatro meses, com a injunção de prestarem 20 horas de “serviço de interesse público” no estabelecimento de ensino, com monitorização da Direcção Geral de Reinserção Social, que elaborará o relatório no final do prazo de suspensão. De acordo com a Associação de Pais, os estudantes «foram levados a Tribunal e condenados por se terem manifestado contra o estatuto do aluno», algo que os encarregados de educação já haviam feito «por unanimidade na assembleia-geral realizada no dia 25 de Outubro», onde, alegadamente, «pediram a “Deus e a todo o mundo” que fizessem o mesmo». A organização destaca ainda que a manifestação protagonizada pelos alunos resultou da sua tomada de consciência da «gravidade das medidas previstas no estatuto, que mais parecia o Código Penal», explicando que, no dia 17 de Novembro, «manifestaram-se à porta da escola, numa acção que teve o apoio unânime dos estudantes, com a recusa colectiva de ir às aulas, nessa manhã». A Associação de Pais acusa que «alguém escolheu cirurgicamente três deles e os acusou, quiçá, de perigosos agitadores, que levados perante a Justiça, são agora notificados a prestar serviço de interesse público, com acompanhamento pelos serviços de Reinserção Social, devendo ainda, quem não beneficiou de protecção jurídica, que pagar as custas do processo!». «Que crime terão cometido os nossos jovens para terem um tratamento assim?». «Direito de manifestação não será permitido em Penacova?». «São estas as lições que a escola e a Justiça dão aos nossos filhos?», questiona o comunicado assinado por Eduardo Ferreira. Mostrando-se solidária com os alunos e com os pais, a associação diz-se indignada «perante o tratamento dado a este caso e disponibiliza-se para patrocinar qualquer iniciativa que entendam promover, no sentido de defesa da honra e do bom-nome dos seus filhos».A entidade frisa ainda a «lamentável coincidência» do desfecho do caso ocorrer «no mês em que se comemora o 35º aniversário do 25 de Abril, o dia da conquista da Liberdade!».


“Uma acção inaceitável de impedimento da liberdade de expressão democrática”, é como Francisco Lopes, deputado do PCP, classifica a decisão da governadora civil de Setúbal de impedir a manifestação dos agricultores. Bruno Vitorino, presidente da Distrital do PSD de Setúbal, qualifica o que aconteceu de “lamentável e triste” e afirma que “houve um claro excesso de uso e abuso de autoridade”. A governadora civil não autorizou os agricultores a entrarem na cidade de Setúbal com os tractores, na passada terça-feira, ao contrário do que tem sido habitual em manifestações anteriores. Euridice Pereira justifica a sua decisão com o facto de “não ter sido comunicado que se pretendia fazer um cortejo de tractores na cidade de Setúbal, mas sim uma marcha de protesto”.


A 18, 19 e 20 de Julho de 2007, trabalhadores da Administração Pública fizeram uma vigília em frente à Assembleia da República, por ocasião da discussão em sessão plenária da Lei da Liberdade Sindical para a Administração Pública e do novo regime jurídico das carreiras, vínculos e remunerações dos trabalhadores da Administração Pública. Os trabalhadores comunicaram à Câmara de Lisboa e ao Governo Civil a realização da vigília. Forças policiais dirigiram-se inúmeras vezes ao local exigindo a identificação de todos os trabalhadores, abrindo as tendas que ali se encontravam, tentando confiscar a aparelhagem de som. Os trabalhadores resistiram, não se identificaram e ali permaneceram até à manhã do dia 20, onde concluíram a sua vigília com declarações de dirigentes sindicais e um «buzinão».


Em Janeiro de 2007, o Movimento de Utentes dos Transportes do Porto protesta contra as alterações introduzidas pelos STCP nas carreiras e percursos. Hoje, alguns dos manifestantes que foram identificados no protesto enfrentam um processo criminal por alegadamente não terem cumprido o requisito do aviso prévio. O despacho de acusação contém a transcrição de todas as expressões proferidas, bem como o conteúdo dos panfletos distribuídos e das faixas ali presentes;


A 7 de Outubro de 2007, dirigentes sindicais são identificados pelas forças de segurança numa concentração em Guimarães, aquando da reunião do Conselho de Ministros. Por determinação do Governo Civil de Braga, o Ministério Público reabriu o processo judicial que teria já arquivado, estando os dirigentes a aguardar julgamento por suposta «manifestação ilegal»;


A 31 de Janeiro de 2008, estudantes do ensino secundário cumpriram um dia nacional de luta pela escola pública, de qualidade e democrática, convocando concentrações e manifestações por todo o País. Abundam os relatos de tentativa de impedimento das manifestações por não estarem «autorizadas». Dezenas de estudantes foram identificados;


A 5 de Novembro dezenas de estudantes do ensino secundário, que se manifestaram em todo o País (totalizando mais de 30 mil), foram identificados, sendo que em Castelo Branco foram agredidos por agentes policiais, tendo alguns deles necessitado de assistência hospitalar. Por todo o País os governos civis pretenderam colocar entraves à realização das manifestações, destacando fortes dispositivos policiais.

4 de junho de 2009

Uma inspiração.

Não liguem à imagem final...

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

Cidades que Pensam


Desenhando o Futuro


Os governos de vários países do mundo despendem imenso tempo e recursos na tentativa de manterem as nossas actuais cidades actualizadas, o mesmo acontecendo com as estradas e sistemas de transportes. Os custos associados de operação e manutenção são elevados, revelando-se muitas vezes ineficientes. Revela-se menos oneroso construir novas cidades a partir da estaca zero do que recuperar e manter as existentes, uma vez que essa opção é mais eficiente e com menores custos. Do mesmo modo, revela-se mais adequado implantar métodos de produção que utilizem tecnologia de ponta do que tentar actualizar fábricas com processos obsoletos.

Para obtermos um mundo sem poluição e desperdício, mas mantendo parques naturais e infantis, centros de arte e música, escolas e centros de saúde acessíveis a todos e sem um preço a pagar, temos de estar dispostos a introduzir profundas alterações na forma como planeamos as nossas cidades, assim como nos nossos estilos de vida.

Para acompanharmos a entrada neste novo sistema faremos um teste com uma cidade-piloto, que testará os parâmetros de projecto propostos e que providenciará as eventuais necessárias alterações. Esta nova direcção social pode ser promovida em variadas frentes como livros, revistas, televisão, rádio, seminários, peças de teatro e parques temáticos. Podemos ainda projectar e experimentar edifícios com processos automatizados para a cidade seguinte.

As inovadoras cidades circulares multi-dimensionais combinam as mais sofisticadas técnicas de construção e de aproveitamento de recursos disponíveis e o seu arranjo circular geometricamente elegante, rodeado por parques de lazer e jardins, é concebido para operar com o mínimo consumo de energia possível para obter o mais alto nível de vida para todos. Este tipo de cidades utiliza assim o melhor da tecnologia limpa em harmonia com a ecologia local.

O projecto e desenvolvimento destas novas cidades enfatizam de resto a recuperação e protecção do meio ambiente, levando à compreensão de que a tecnologia sem preocupação pelo ser humano não faz qualquer sentido.

As novas cidades providenciarão uma atmosfera de ar e água puros, cuidados de saúde, nutrição adequada, entretenimento, acesso à informação e educação para todos sem qualquer tipo de descriminação. Haverá centros de arte e música, lojas automatizadas completamente equipadas, laboratórios de ciência, áreas de desporto e lazer e ainda áreas de produção dos bens necessários. Estas novas cidades providenciariam também todas as formas de recreação dentro de uma curta distância relativamente ao bairro residencial, reciclagem de desperdícios, sistemas de geração de energia limpa e reciclável, sendo todos os serviços geridos de forma integrada e automatizada. Já a gestão da vida pessoal de cada um, assim como das suas preferências pessoais e estilo de vida, a cada indivíduo caberá.

Algumas cidades podem ser circulares enquanto outras poderão ser lineares, subterrâneas, ou construídas como cidades flutuantes em pleno mar (cidades de que falaremos mais adiante). Muitas das cidades serão desenhadas como sistemas fechados auto-suficientes, muito semelhantes a navios de cruzeiro preparados para uma viagem de seis meses, contendo residências, teatros, parques de diversão, centros de entretenimento, centros de saúde e de educação, assim como todos os requisitos para um ambiente total de vida normal. Tudo nestas cidades estaria o mais perto possível do referido sistema fechado, dentro das condições próprias do local e visando a auto-sustentabilidade. Em localizações mais a norte poderá haver a necessidade de estabelecer cidades parcialmente subterrâneas.

No planeamento destas cidades os computadores ajudarão a determinar qual o desenho mais eficaz, tendo por base uma análise exaustiva das variantes do ambiente existente e das necessidades humanas a suprir. As características da população existente numa determinada área, por exemplo, ditarão quantos hospitais e escolas serão construídos e o equipamento necessário a essa construção. Alguns dos sistemas médicos serão móveis enquanto outros serão pré-fabricados no mar e em terra firme. Eventualmente, cidades inteiras poderão ser de forma automatizada montadas no local a partir de secções standardizadas e pré-fabricadas produzidas em fábricas com muito pouca intervenção humana. Através deste método de aproximação sistemático poderemos disponibilizar um alto nível de vida para toda a população no mais curto período de tempo possível.

Este método permite ainda uma enorme flexibilidade no desenho das cidades, aproveitando também as vantagens de unidades intercambiáveis que podem dar às cidades novas e diferentes aparências, dependendo apenas da forma como são usadas e dispostas. Cada cidade é única e não reduz a vida das pessoas a um nível de mera subsistência, antes proporcionando todas as comodidades que a ciência e tecnologia modernas possibilitam. Mesmo a pessoa mais rica no passado não conseguiria atingir com o seu dinheiro os níveis de conforto que são aqui propostos, o que contribuirá para a segurança em geral e paz de espírito em particular.

As estruturas serão fabricadas com os mais recentes materiais, como os painéis tipo sanduíche semi-flexíveis com interior em espuma isolante e exterior em cerâmica vidrada, que permitem as contracções e expansões resultantes das variações de temperatura sem fracturar e sem manutenção posterior. Outra vantagem destes painéis é que podem ser produzidos em massa numa questão de horas. As construções erigidas com este material não sofrem praticamente estragos, quer se trate de um terramoto, de um furacão, de um incêndio ou até de térmitas. As janelas serão controladas electronicamente para iluminar ou sombrear o interior de acordo com as necessidades de luz e temperatura e serão equipadas com sistemas de limpeza controlados por computador, o que dispensa mão-de-obra humana nessa tarefa.

As tecnologias mais inovadoras permitem a conservação de recursos em regiões menos desenvolvidas, sem sacrifício das comodidades da vida avançada que se pretende atingir e é somente através dessas inovações e tecnologias que o nosso objectivo último de conseguir um alto nível de vida para toda a raça humana pode ser atingido.

Estas cidades do futuro coordenam a produção e distribuição, operando uma economia equilibrada para que não haja nem excesso nem escassez de produção. Para que tal equilíbrio se consiga atingir e em bom funcionamento, será necessário um “sistema nervoso” autónomo (com utilização de sensores ambientais) integrado em todas as áreas do complexo social.

Na cintura agrícola por exemplo, aquela área responsável pela produção de todos os bens alimentares oriundos directamente da terra, sensores electrónicos introduzidos no solo fornecerão informação constante sobre a quantidade de água, condições do solo a nível dos nutrientes essenciais, etc, despoletando esse sensores e o conjunto integrado de gestão as correspondentes acções de colmatação do que se encontrar em falta sem a necessidade de intervenção humana, independentemente das condições atmosféricas. Este método de vigilância electrónica automática seria aplicado a todo o sistema da cidade, desde edifícios a tratamento de resíduos.

As cidades funcionariam como organismos integrados evolutivos, ao invés de estruturas estáticas, uma vez que o seu desenho e projecto se adapta às mudanças que tiverem de ser introduzidas e que podem ser variadas. Estes ambientes totais, ou sistemas fechados, permitem no fundo a mais larga gama de individualidade e criatividade para aqueles que neles habitam porque são abertos a várias opções possíveis.

Direitos, liberdades e garantias pessoais.

"Artigo 44º. Direito de deslocação e de emigração.
1. A todos os cidadãos é garantido o direito de se deslocarem e fixarem livremente em qualquer parte do território nacional.
2. A todos é garantido o direito de emigrar ou de sair do território nacional e o direito de regressar."


Que bom!

3 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sexto Capítulo.

Aproveitamento Energético das Correntes Submarinas.


Estas estruturas submarinas desviam uma porção das correntes submarinas através de turbinas para gerar energia eléctrica limpa do ponto de vista ambiental. As turbinas são de rotação lenta e seriam equipadas com separadores centrífugos e deflectores para que não fosse afectada a vida marinha.

Barragem do Estreito de Bering.


Um desenvolvimento de grande importância no futuro seria a construção de uma ponte terrestre, servindo simultaneamente de barragem, ou um túnel através do Estreito de Bering, entre a Ásia e a América do Norte, que poderia gerar energia eléctrica, para além da possibilidade de recolher e processar produtos marinhos, num circuito de aproveitamento alimentar. Por baixo e por cima da superfície do oceano haveria túneis para o transporte de passageiros e carga e condutas possantes poderiam canalizar água fresca dos icebergs em fusão para outras partes do mundo. Esta estrutura de grande dimensão possibilitaria não só uma ligação física entre continentes, mas também um grande ponto de encontro para trocas sociais e culturais.

Centrais de Energia Geotérmica.



A energia geotérmica, após melhoramentos ainda necessários na tecnologia de conversão, pode assumir um papel mais proeminente na redução da ameaça do aquecimento global. Facilmente disponibilizada em muitas regiões do globo, esta fonte de energia poderia por si só fornecer energia limpa para os próximos mil anos de existência da Terra.

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sexto Capítulo.

A Energia.

Um dos mais úteis padrões de aferição do grau de desenvolvimento de uma civilização é a quantidade de energia disponível por pessoa. Em larga medida, o grau de conforto físico de que dispomos hoje está directamente relacionado com a quantidade de energia à nossa disposição. Imagina a paralisação que ocorreria se o teu fornecimento de electricidade e gasolina fossem interrompidos e se tivesses de usar os teus próprios músculos para realizar todas as tarefas facilitadas por essas fontes de energia.

A economia baseada nos recursos disponíveis trabalharia de imediato com fontes de energia limpa, o que apenas se torna possível quando terminarem as limitações monetárias na forma como conseguimos fornecer aquilo que é necessário à sobrevivência. Com as restrições do lucro, da propriedade e da escassez eliminadas, os laboratórios de pesquisa rapidamente começariam a trabalhar em conjunto, trocando informações de forma completamente livre. Deixaria de existir a necessidade de registar patentes ou proteger informação, porque o objectivo final não seria realizar dinheiro para continuar a trabalhar em prol do lucro, mas sim alcançar resultados que pudessem rápida e livremente estar disponíveis para melhorar a vida de toda a população do planeta.

Este é um projecto em que muita gente estaria ansiosa e grata por participar, a partir do momento em que servisse para benefício imediato de todos e não apenas de determinada empresa ou corporação. Equipas interdisciplinares de pessoal qualificado, alinhadas com as intenções do projecto, iriam trabalhar na produção de energia e nos sistemas automatizados para produzir e fornecer bens e serviços numa escala massiva. Até os estudantes universitários poderiam participar na obtenção de métodos que permitissem resolver estes problemas de base.

Estes podem na verdade ser os exércitos do futuro. Uma vasta e pacífica mobilização de gente apostada em preservar a Terra e a sua população, algo que nunca foi feito antes na história da humanidade e que apenas poderá ser real quando o dinheiro não constituir já um obstáculo. A questão deixa de ter a ver com o dinheiro disponível para execução do projecto, para passar a centrar-se na disponibilidade de recursos para atingir esta nova direcção, este rumo inovador de fraternidade entre os homens.

Durante o período de transição de um sistema para o outro, as regiões com problemas de escassez serão munidas com acumuladores de calor para cozinhar e esterilizar água e os alimentos serão desidratados e comprimidos para se diminuir o volume da carga e tornar o seu transporte mais sustentável. As embalagens serão bio-degradáveis e poderão ser utilizadas como fertilizantes que não contaminam o solo. As regiões desprovidas de solo arável utilizarão quintas hidropónicas (agricultura sem solo em que as plantas são alimentadas somente com água e os componentes minerais necessários ao seu desenvolvimento) e pisciculturas, tanto terrestres como marítimas. Para que seja possível preservar energia durante a transição, as refeições serão distribuídas através de centros de confecção e distribuição, directamente para as casas e restaurantes, ao invés de serem preparadas por cada família independentemente. Estes métodos massivos de fornecer bens e serviços serão aplicados pelo mundo fora nos mesmos moldes.

Vastas fontes de energia serão exploradas e desenvolvidas, o que incluirá o aproveitamento do vento, ondas e marés do mar, correntes oceânicas, amplitudes térmicas, cascatas naturais, energia geotérmica, electroestática, do hidrogénio, gás natural, algas, bio-massa, bactérias exotérmicas e energia termo-iónica (obtida pela conversão de calor em electricidade através da passagem de electrões estimulados pelo calor que depois se condensam numa superfície fria). Teremos ainda a possibilidade de utilizar o potencial das lentes de Fresnel para concentrar calor.

A energia de fusão, outra fonte imensa e renovável de energia, é a mesma energia que move o cosmos e as estrelas e, quando descobrirmos a forma de a controlar e canalizar, os problemas mundiais energéticos serão solucionados para sempre, sem que para isso sejam produzidos quaisquer resíduos tóxicos perigosos. O único resíduo será apenas a cinza limpa do hélio.
Ao longo do século XX já os oceanógrafos nos diziam que se conseguíssemos aproveitar a vasta energia potencial dos oceanos do planeta, que ocupam 70,8% da superfície da Terra, facilmente poderíamos encontrar a solução para as presentes e futuras necessidades de energia com um prazo de milhões de anos assegurado.

Um elemento chave no projecto das cidades da economia baseada nos recursos é a inclusão do aproveitamento e produção de toda a energia necessária na estrutura da própria cidade, o que será mais detalhadamente explicado adiante na secção Cidade.

Outra imensa fonte de energia inexplorada encontra-se no desenvolvimento de materiais piezoeléctricos, ou sistemas laminados no interior de cilindros, que são activados para a produção de energia através da subida e descida das marés oceânicas.

A energia geotérmica, extraída do calor interno da Terra, encontra-se já em utilização um pouco por todo o mundo com tremendo sucesso de aplicação, de tal forma que os cientistas envolvidos estimam que se desenvolvermos e canalizarmos apenas 1% da energia geotérmica existente na crosta da Terra, conseguiremos eliminar os nossos problemas energéticos. Com o fim das restrições monetárias inerente à economia baseada nos recursos, toda a população mundial teria a possibilidade de confirmar as afirmações desses cientistas.

Por outro lado, a energia geotérmica pode fornecer mais de 500 vezes a energia contida em todas as jazidas mundiais de petróleo, ao mesmo tempo que reduz a ameaça do aquecimento global provocado pela queima desse combustíveis fósseis. As centrais de energia geotérmica produzem assim muito pouca poluição quando comparadas com as centrais que funcionam pela queima de combustíveis fósseis e não emitem óxido de nitrogénio ou dióxido de carbono, sendo apenas necessária uma relativa pequena porção de solo para instalação da central de produção. Sem uma economia monetária controlada pelas companhias de petróleo e de gás natural, a energia geotérmica tornar-se-ia a forma mais fácil e eficiente de aquecer e arrefecer edifícios. Mas o mais impressionante é que se aplicássemos apenas um décimo da quantia que é gasta actualmente em equipamento militar no desenvolvimento de geradores geotérmicos, há muito que poderíamos ter resolvido os nossos problemas energéticos a nível mundial.

Em zonas inóspitas mas habitadas como a Islândia, a energia geotérmica é utilizada para cultivar plantas todo o ano em estufas criadas para o efeito. Na economia baseada nos recursos e usando este método, enormes quantidades de vegetais frescos poderiam ser produzidas em todas as estações, independentemente das condições atmosféricas. Um processo similar pode ser aplicado às pisciculturas, por exemplo, e também em regiões onde é necessário o aquecimento e arrefecimento de edifícios. No mar, estruturas submarinas adequadas poderiam aproveitar uma parte substancial das correntes profundas, conduzindo-as a turbinas de grandes dimensões e gerando deste modo energia eléctrica perfeitamente limpa do ponto de vista ambiental. Para prevenir qualquer perigo para a vida marinha, as turbinas seriam simplesmente equipadas com um separador centrífugo e deflectores, impedindo assim a morte de qualquer espécie.

Uma ponte terrestre, servindo simultaneamente de barragem, ou um túnel através do Estreito de Bering, entre a Ásia e a América do Norte, poderia gerar energia eléctrica, para além da possibilidade de recolher e processar produtos marinhos, num circuito de aproveitamento alimentar. Por baixo e por cima da superfície do oceano haveria túneis para o transporte de passageiros e carga e condutas possantes poderiam canalizar água fresca dos icebergs em fusão para outras partes do mundo. Esta estrutura de grande dimensão possibilitaria não só uma ligação física entre continentes, mas também um grande ponto de encontro para trocas sociais e culturais.

Na nossa economia baseada nos recursos há estudos exaustivos acerca dos impactos ambientais e humanos antecedendo o início de cada projecto de grande dimensão, uma vez que a maior preocupação é proteger e restaurar o ambiente terrestre para benefício de todas as criaturas vivas na grande comunidade da vida. O propósito último da construção e desenvolvimento destes projectos alternativos de produção de energia é o de libertar os seres humanos de trabalhosas tarefas desnecessárias porque, para que se consiga atingir esta sociedade conforme aqui vai sendo descrita, necessitaremos de automatizar a maior parte dos actuais postos de trabalho e o mais cedo possível.

2 de junho de 2009

Estás mesmo a pedi-las Ção!


Direitos, liberdades e garantias pessoais.

"Artigo 43º. Liberdade de aprender e ensinar.
1. É garantida a liberdade de aprender e ensinar.
2. O Estado não pode programar a educação e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas.
3. O ensino público não será confessional.
4. É garantido o direito de criação de escolas particulares e cooperativas."

Então porque continua a haver crucifixos pendurados em muitas salas de aula das nossas escolas públicas?

1 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sexto Capítulo.

Um Futuro pelo Design.


Emergindo num Futuro mais São.


Os Primeiros Passos.


Para iniciar a implementação de uma economia baseada nos recursos os designers sociais devem o método científico e colocar a seguinte questão: “Que temos nós aqui?”. Com a premissa de que tudo seja fornecido da forma mais eficiente, confortável e duradoura possível, a primeira prioridade é fazer uma pura avaliação técnica daquelas que são as necessidades básicas de toda a população mundial. A quantidade de alojamentos necessários, de comida, água potável, cuidados de saúde, transportes, educação, etc, comparando-se de seguida essas necessidades com os recursos necessários existentes que o planeta tem para oferecer, uma vez que é imperioso que haja equilíbrio entre essas necessidades e aquelas de outras espécies que constituem a teia da vida na Terra.


O principal objectivo é ultrapassar a escassez e satisfazer as necessidades de toda a população mundial. De forma a gerar uma civilização sustentável e funcional no menor espaço de tempo possível, iremos precisar de uma grande quantidade de energia e, para que isso possa ocorrer, devemos encontrar uma estratégia de desenvolvimento energético à escala global, que requer por seu turno um esforço conjugado de planeamento internacional a um nível jamais atingido no passado.

Quando é que chegam ao Pinóquio?

O arquitecto Eduardo Capinha Lopes terá sido constituído arguido no processo Freeport, juntando-se assim ao inglês Charles Smith e ao seu antigo sócio na empresa de consultoria, Manuel Pedro, noticiou a TVI. Eduardo Capinha Lopes, segundo foi adiantado no Jornal Nacional, teria sido contactado por Manuel Pedro, que o considerava como a pessoa ideal para desbloquear as autorizações que impediam a construção daquele espaço comercial, junto ao estuário do Tejo. Considerado uma pessoa próxima do PS, o arquitecto seria, de acordo ainda com a estação televisiva, o contacto perfeito para que os promotores se conseguissem reunir com José Sócrates que, em 2002, exercia o cargo de secretário de Estado do Ambiente.
Notícia aqui.
Mais um que entra para a lista de arguidos, provavelmente em resultado desta busca. Mas será que vai mesmo acontecer o mesmo que se passou com o processo Casa Pia, ou seja, os mais importantes e que mais prevaricaram safam-se? Já acredito em tudo!

As "Cambras" estão conspurcadas!

Maria José Morgado traçou um cenário negro em termos de corrupção nas autarquias portuguesas, tendo dito que foi a sindicância feita na Câmara Municipal de Lisboa que a alertou para a extensão deste fenómeno. Numa aula dada na Universidade Lusófona, no Porto, a Procuradora-geral Adjunta lembrou que as leis para esta área são muitas e de difícil compreensão e que, por isso, há quem «venda facilidades», algo que faz a «mecânica da corrupção». «O quadro legal é rígido, tremendo e cheio de dificuldades para o particular, mas depois há sempre quem dê um jeito e esse é o drama. Isto depois transforma-se, de facto, no maior imposto que os portugueses pagam, o imposto do suborno e das corrupções indetectáveis», explicou. Para Maria José Morgado, são várias as alturas em que existem tentativas de corrupção, desde o momento em que se aprovam alterações ao planeamento municipal, até ao licenciamento e fiscalização. «Através do tráfico de informações privilegiadas conseguem adquirir grandes parcelas de terreno ao preço da chuva, muitas vezes em locais que se vêm a tornar valiosos em função de alterações de planos de urbanização ou de pormenor ou mesmo do PDM», acrescentou. Desta forma, diz Maria José Morgado, quem entra nestes esquemas consegue vender terrenos cem ou 200 vezes mais caro do que comprou numa diferença de semanas ou meses, uma prática que se tem vulgarizado e não tem sido penalizada, por ser difícil de detectar. Como solução para este problema, a procuradora propôs a aplicação do sistema espanhol que, desde 1992, tem vindo a punir e a responsabilizar a construção não autorizada e a demolir obras ilegais. Maria José Morgado disse ainda que é importante denunciar casos suspeitos e mostrou a sua tristeza por muitos destes casos não resultarem em condenação por corrupção.

Notícia aqui.

O pequeno favor e a grande margem de lucro... E se não entras no esquema ainda és olhado de lado! Para quem ainda acredita que os municípios devem ser entidades em busca do interesse público, desengane-se porque é aqui que começa a espiral da corrupção.