25 de junho de 2010

Michael Specter no TED. O perigo da negação da ciência.


Bem a propósito dos princípios enunciados pelo Movimento Zeitgeist e pelo Projecto Vénus...

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Décimo Capítulo.

As Mesmas Leis Aplicam-se ao Comportamento Humano.

O comportamento humano nas suas várias componentes encontra-se também sujeito às leis naturais e à acção de forças externas: ele é condicionado por inúmeras variáveis no nosso ambiente específico e individual. Este princípio é igualmente aplicável ao comportamento considerado socialmente ofensivo, e é frequentemente influenciado ora pelo nosso passado empírico, pela nutrição que usufruímos enquanto crianças ou por muitos outros factores ambientais inter-relacionados.

Quando vemos um cão a conduzir uma pessoa cega através de uma rua tendemos a pensar que se trata de um bom cão. Mas quando observamos outro cão a ladrar a um ciclista que passa já lhe chamamos um cão mau. O cão não é bom nem mau, porque simplesmente um cão pode ser treinado para ser feroz ou para ajudar as pessoas cegas. Ambos os cães podiam ser da mesma raça e inclusivamente da mesma ninhada, devendo-se a diferença de comportamento unicamente à sua educação específica.

Vendo através de outro exemplo, podemos imaginar uma família da antiga Roma observando cristãos a serem atirados às feras no circo romano. Alguém da actualidade ficaria horrorizado com o espectáculo e pensaria que aquela família deveria ter imensa dificuldade em dormir descansada após presenciar tal acto, mas o mais provável é que essa família romana não tivesse qualquer tipo de remorso ou peso na consciência, porque esse tipo de sacrifício e derramamento de sangue era visto à época como desporto e os leões e cristãos eram encarados com o mesmo desdém e desconsideração.

Podemos ainda imaginar um moderno piloto-aviador de caças, treinado para a guerra e ensinado a desrespeitar outras culturas e credos, a perder o sono após ter abatido uma vintena de aviões inimigos e destruído várias povoações desabitadas. O mais provável seria vê-lo irradiar alegria por receber mais uma medalha e a decorar o seu avião com os símbolos dos seus inimigos abatidos. O piloto reflecte tanto a sua própria cultura como a família romana a deles. Aquilo a que chamamos consciência e moralidade não são conceitos emanados por uma entidade superior e colectiva, antes são determinados em larga medida pela geografia, a época em que se vive e a educação individual.

Quer se apercebam quer não, as pessoas são constantemente manipuladas no sistema monetário através dos meios de informação de massas. As convicções mais profundas das pessoas são influenciadas por livros, filmes, a televisão, as religiões, os cidadãos tidos por modelos e pelo ambiente directo onde vivem. Mesmo as suas noções de bem e mal e os seus conceitos de moralidade fazem parte da sua herança cultural e experiências de vida. Este método largamente implantado de controlo não requer o uso de força física e é tão eficaz que nem sequer nos damos conta ou sentimos que estamos a ser manipulados.

Os valores dominantes de qualquer sistema social raramente têm origem no povo, ou seja, no cidadão comum. Ao invés disso, eles representam os pontos de vista do grupo de controlo dominante a que pertencem a igreja, o exército, os bancos, as corporações, a elite do poder ou qualquer combinação destes últimos. Estas entidades são quem determina as preocupações e prioridades de uma sociedade, os tribunais, os impostos, etc, todos servindo os seus próprios interesses pessoais ou de grupo, para ser mais correcto, perpetuando a ilusão de que os valores da sociedade são determinados desde baixo, ou seja, pelo cidadão comum. Por outro lado, os governos aniquilam ou desviam a atenção de quem os possa verdadeiramente ameaçar.

Com o entendimento científico de que o comportamento humano está sujeito às mesmas leis naturais que determinam outros processos, o sistema educativo da economia baseada nos recursos pode finalmente evoluir no sentido de ensinar processos e métodos de análise, em vez de insistir na mera memorização de factos. O diálogo substitui o monólogo e a semântica do entendimento torna-se uma habilidade mental que pode em muito melhorar a comunicação humana e ajudar estudantes no acesso inteligente a informação de relevo. Não se espera que, de repente, as pessoas passem a ser mais éticas ou melhores seres humanos, mas apenas que as condições responsáveis por comportamentos hostis ou egocêntricos deixem de existir.

Se pretendemos que as crianças atinjam um relacionamento positivo e construtivo entre elas e se tornem membros contributivos para a sociedade, devemos conceber-lhes um ambiente que estimule a produção desse comportamento desejado. Por exemplo, quando vemos crianças interessadas em aprender como se monta um pequeno veículo a motor, o seu desenho deve reflectir a necessidade de ser manuseado por quatro crianças enquanto outra duas procedem à montagem das rodas, tornando a cooperação entre elas um factor necessário e simultaneamente benéfico. A restante montagem do veículo deve partir de pressupostos semelhantes, sendo sempre necessária a ajuda e cooperação de todos para completar o veículo eficientemente e de forma a que os possa depois servir. Esta forma esclarecida e participada de educação ajuda os alunos a perceber as enormes vantagens da cooperação.

Devem ainda ser incluídas outras preocupações como a não obrigatoriedade dos exercícios ou evitar a sua monotonia, livrando-os igualmente de competição entre iguais na experiência da aprendizagem. Os estímulos podem também ser introduzidos, como por exemplo localizar uma oficina que todos gostem de utilizar no topo de uma colina situada no meio de um lago. Para lá chegar as crianças devem utilizar um barco a remos e depois escalar a colina onde se situa a oficina. Este processo promove o exercício físico, mas também um sentido de realização, o que ajuda na sua saúde mental e estimula o incentivo.

Um dos grandes factores de limitação nos sistemas humanos é a nossa incapacidade de agarrar o significado das forças subjacentes do ambiente e que nos moldam o pensamento, os valores e finalmente o comportamento. Quando falamos de ambiente referimo-nos a todas as variáveis com que interagimos e que constituem os contributos primordiais para a formação da nossa mentalidade.

PSD quer riscar Saúde e Educação gratuitas da Constituição!

Acabar com um Estado "que enfia pela goela abaixo [dos portugueses] o social que cada Governo quer" continua a ser a pedra-de-toque do projecto de revisão constitucional que o PSD está a ultimar. Pedro Passos Coelho não desiste da ideia de acabar com a garantia constitucional de que a Educação e a Saúde são tendencialmente gratuitas e suportadas pelo Estado quando, na prática, são cada vez mais os portugueses que, para usufruírem estes serviços, acabam por recorrer a privados. No fim de linha do raciocínio político do líder do PSD está um país onde é possível um português escolher entre uma escola pública ou privada, um hospital público ou um privado, não tendo, para isso, que pagar duas vezes: através de impostos para os serviços públicos e de taxas de acesso quando os serviços são privados. "O fim da Educação e da Saúde tendencialmente gratuitas não significa que o acesso a estes serviços será deteriorado, antes pelo contrário", garante ao Diário Económico fonte da direcção do PSD. Para além da abertura a privados de políticas públicas que vão da Educação à Saúde, passando pela segurança social, Passos Coelho quer fazer da revisão constitucional a definição da estrutura de país que um dia, caso seja eleito primeiro-ministro, pretende aplicar. Uma justiça mais eficaz, onde o Ministério Público "é independente mas não autónomo", reguladores com poderes reforçados e escrutinados politicamente no Parlamento e um Estado que intervém o mínimo possível na economia: "Sem batota, sendo árbitro e jogador", é uma frase repetida vezes sem conta por Passos Coelho quando descreve a actualidade. Ainda pela Justiça, o PSD deverá propor a fusão dos dois conselhos consultivos da magistratura, estando ainda por definir o futuro dos tribunais superiores.

Notícia aqui.

Olha os cabrões a meterem as garras de fora! Não descansam enquanto não entregarem tudo aos privados e à voragem do lucro. Temos de estar alerta e combater os avanços da direita mais desumana.

15 de junho de 2010

Kevin Bales no TED. Como combater a escravidão moderna.


A prova, bem documentada, de que não podemos baixar os braços nunca quando se trata de assuntos que pensávamos que já não podiam voltar a acontecer. Como o fascismo...

14 de junho de 2010

Petição contra o encerramento nocturno das urgências pediátricas do Hospital Setúbal.

Os signatários, cidadãos do concelho de Setúbal e todos os demais que se revêem na Constituição da República Portuguesa, face à notícia já confirmada pela Administração da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, sub-região de Setúbal, de que o Governo determinou, com efeitos a partir do dia 15 do corrente mês de Junho, o encerramento nocturno das urgências pediátricas do Hospital de S. Bernardo, e a sua deslocalização pêra o Hospital Garcia da Horta, em Almada, entendem expressar o seguinte:
1. Manifestam a sua firme condenação e oposição a mais este gravíssimo atentado ao Serviço Nacional de Saúde e à Constituição da República Portuguesa, na sequência de tantos outros, que visam destruir por completo a garantia constitucional do direito à saúde das crianças, enquanto direito fundamental do Povo Português;
2. Repudiam a solução, sob o epíteto de “operacionalização do funcionamento”, de concentrar, no completamente esgotado - no que à população do seu concelho respeita - Hospital Garcia da Orta, do atendimento pediátrico dos concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo, Barreiro e Litoral Alentejano;
3. Exortam todos os os utentes, a população em geral, os órgãos autárquicos do Concelho de Setúbal e os profissionais de Saúde, a:
a) Assinarem a presente petição pública;
b) A concentrarem-se, em vigília, na próxima segunda-feira, dia 14 de Junho, pelas 19 horas, junto ao Hospital de S. Bernardo e
c) A participar activamente, em todas as acções que vierem a ser agendadas, em defesa da Constituição da República e do direito à saúde das nossas crianças.

Podem assinar a petição aqui.

Eu bem me parecia que os gajos eram diferentes...

Falhas na região cerebral do córtex pré-frontal podem explicar, pelo menos em parte, o fenómeno da corrupção. Segundo Antoine Bechara, neurologista da Universidade de Iowa, essa lesão cerebral é semelhante à encontrada nos cérebros dos assassinos psicopatas. Bechara, que é canadiano e professor nos EUA, analisou exames de ressonância magnética funcional de pacientes considerados de comportamento desviante. «Os corruptos são pessoas sedutoras, que podem ter muito sucesso na vida, mas que não distinguem valores morais», diz o investigador. A lesão pode ter uma causa genética ou ser o resultado de traumas durante a infância e a adolescência. «Abandono na infância, stress grave, muita coisa pode reconfigurar o córtex pré-frontal. Essa região do cérebro só amadurece completamente aos 22 anos», diz Bechara. As alterações podem ser detectadas nos exames de imagem do cérebro. «Até 4% da população tem esse tipo de lesão.» Para essas pessoas, receber punições não tem efeito algum. «Quem tem uma lesão não aprende o que é errado», afirma. Já para um segundo grupo que, apesar de não ter um problema físico, aprendeu a ser corrupto, há alguma esperança. «Essas pessoas podem ter crescido num meio onde essa conduta é valorizada, por isso têm esse comportamento. A punição sistemática dos erros ajuda a corrigi-los. A maioria precisa de uma mudança de ambiente.»

Notícia aqui.

A chatice é que não vale a pena, pelos vistos, puni-los. De qualquer forma é mesmo isso que acontece...

7 de junho de 2010

Vai duas sem tirar?

Salto do 9º ano viola duas vezes a Constituição. "É inconstitucional em dois aspectos: primeiro viola o princípio da igualdade; segundo, a escolaridade é obrigatória para todos. Neste caso, a escolaridade é obrigatória menos um ano, o que viola a Constituição", explica ao i o constitucionalista Bacelar Gouveia. O especialista em direito constitucional garante que a medida anunciada pela ministra da Educação, que permite aos alunos que frequentem o 8º ano com mais de 15 anos transitarem para o 10.º ano caso passem nos exames, viola duplamente a Constituição portuguesa: "Caso passem de ano por exames, não cumprem os nove anos de escolaridade básica" e assim, acrescenta, "levanta-se o problema da presença dos alunos nas aulas: se a escolaridade obrigatória é apenas em termos de aprovação dos exames ou é-o também de presença nas aulas? "Em causa está uma decisão administrativa do Ministério da Educação, de Março deste ano, que dá a possibilidade aos alunos retidos no 8º ano, com mais de 15 anos, de se autoproporem aos exames nacionais do 9º ano de Português e Matemática e às provas de frequência das restantes disciplinas para, assim, concluírem o ensino básico e transitarem para o 10º ano. Esta é uma questão que, para o constitucionalista Guilherme da Fonseca, não levanta dúvidas: "Este despacho não preenche os requisitos do princípio da escolaridade obrigatória. Estes alunos não vão ficar com o 9º ano. Vão estar no 10º ano com menos um ano. "A medida foi justificada pela ministra Isabel Alçada na sequência da decisão de alargar a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, em 2013, e também como um "incentivo" ao estudo. Igualdade Além do princípio da escolaridade obrigatória, os constitucionalistas defendem que esta norma cria "uma discriminação" em relação aos restantes alunos. Guilherme da Fonseca diz que "um bom aluno do 8º ano, ao transitar para o 9º, vê-se discriminado porque tem que frequentar o ano lectivo", ao contrário daqueles que se submeterem a exames. Bacelar Gouveia acrescenta que a nova regra "premeia" quem não se esforçou e "descredibiliza o ensino." Isto porque aos alunos com aproveitamento não é dada essa possibilidade, sendo estes obrigados a frequentar todos os anos da escolaridade obrigatória. A excepção, pela positiva, aparece no caso de alunos sobredotados. A estes alunos é dada a possibilidade de "saltarem" anos de escolaridade, dadas as elevadas competências. Bacelar Gouveia explica que, no caso destes alunos, não é violada a Constituição. Justifica o constitucionalista que "as normas constitucionais estão pensadas para pessoas normais, não para as excepcionais. E a Constituição é o garante dos direitos e não [serve] para prejudicar. Se uma criança obtém as competências em menos anos, por mérito, seria prejudicada se isso não acontecesse". E acrescenta que, no caso proposto pelo governo de José Sócrates, "acontece o contrário."Encerramento das escolas A ministra da Educação tem sido alvo de críticas na última semana, por causa do anúncio do encerramento de 900 escolas do ensino básico. Ontem foi a vez do líder do PSD, Passos Coelho, criticar o encerramento das unidades com menos de 20 alunos. "O encerramento de escolas com poucos alunos é uma exigência pedagógica e uma exigência financeira e a gente pergunta: quantos institutos públicos decidiu o Governo encerrar em Portugal?", questionou o presidente do maior partido da oposição. Hoje, as críticas à escola pública continuam. Duas investigadoras da Universidade Nova de Lisboa apresentam um estudo em que concluem que as escolas portuguesas estão pouco preparadas para lidar com públicos diferentes, como alunos imigrantes ou portadores de deficiências.

Notícia aqui.

Igualdade? Escolaridade? O que interessa é despachá-los dali para fora o mais depressa possível!

Eles não resistem ao telefonemazinho...

O juiz dos grandes processos de corrupção em Portugal queixa-se de interferências externas na própria esfera de competências. Carlos Alexandre, que tem a cargo processos como Freeport, furacão, Portucale e submarinos fez essa denúncia à MEDEL - a associação europeia de magistrados, que fez uma auditoria à Justiça portuguesa. Segundo o relatório da organização a que a TVI teve acesso, essas interferências aconteceram em casos de grande relevância política e mediática. «O único juiz com competência para os processos de corrupção, terrorismo e outros crimes de excepcional relevância, referiu algumas interferências pontuais nas suas actividades judiciais, em casos com relevância política e mediática, susceptíveis de gerar inquietação», lê-se no relatório da MEDEL. Os magistrados da MEDEL realizaram durante uma semana entrevistas a vários juízes e procuradores e referem que apenas Carlos Alexandre apresentou este tipo de queixas. Mas vários magistrados se queixaram de que o conselho superior de magistratura, cuja maioria de membros é nomeada pelo poder político, exerce pressão sobre os juízes. Quanto ao combate à corrupção, o relatório refere a necessidade de aumentar os crimes, como o delito urbanístico, e os meios de prova. É o caso das gravações audio e vídeo, legais em muitos países mas proibidas em Portugal, uma queixa que o próprio juiz Carlos Alexandre já fez em público. Os auditores parecem espantados por «não se recorrer ao princípio da proporcionalidade entre a gravidade do uso de uma prova ilegal e a gravidade do crime». O relatório, que vai ser apresentado para a semana, refere ainda que a polícia judiciária não tem meios suficientes para o combate ao crime e que o ministério público nem sequer dispõe de orçamento próprio, o que limita a sua independência.

Notícia aqui.

Fragilidades do sistema judicial introduzidas ao longo dos anos pelo poder político, aquele de que devia estar separado o primeiro...

Gaza: investigue o ataque, remova o bloqueio!

O ataque mortal de Israel à frota de barcos humanitários que iam em direção a Gaza chocou o mundo. Israel, como qualquer outro Estado, tem o direito de se defender, mas isso foi um uso abusivo de força letal para defender o bloqueio vergonhoso de Israel a Gaza, onde dois terços das famílias não sabem onde encontrarão sua próxima refeição. As Nações Unidas, a União Européia e quase todos os outros governos e organizações multilaterais têm pedido a Israel para acabar com o bloqueio, e para lançar uma profunda investigação sobre o ataque à frota. Mas sem pressão maciça dos seus cidadãos, os líderes mundiais vão limitar sua resposta a meras palavras – como eles já fizeram tantas vezes. Vamos gerar um clamor global tão alto, que não possa ser ignorado. Assine a petição para exigir uma investigação independente sobre o ataque, a responsabilização dos culpados e o fim imediato do bloqueio à Gaza – clique para assinar a petição, e depois repasse essa mensagem a todos os que você conhece:

A petição será entregue às Nações Unidas e aos líderes mundiais, assim que alcançarmos 200.000 nomes – e novamente a cada oportunidade à medida que a lista for crescendo e que os líderes forem reagindo à situação. Uma petição massiva em um momento de crise como esse pode demonstrar aos que estão no poder que declarações e notas à imprensa não são suficientes – que os cidadãos estão prestando atenção e demandam ações concretas. Enquanto a União Européia decide se irá expandir suas relações comerciais com Israel, e o Obama e o Congresso Americano definem o orçamento para ajuda militar a Israel para o ano que vem, e vizinhos como a Turquia e o Egito decidem seus próximos passos diplomáticos – vamos fazer com que a voz do mundo não seja ignorada: é tempo de verdade e de responsabilizar os culpados pelos ataques aos navios, e é tempo de Israel respeitar o direito internacional e acabar com o bloqueio a Gaza. Assine agora e passe essa mensagem adiante:

A maior parte das pessoas em qualquer lugar ainda compartilha o mesmo sonho: que haja dois Estados livres e viáveis, Israel e Palestina, que possam viver em paz lado a lado. Mas o bloqueio e a violência usada para defendê-lo, envenenam este sonho. Como um colunista israelense escreveu para os seus compatriotas no jornal Ha’aretz hoje, “Nós não estamos mais defendendo Israel. Nós estamos agora defendendo o bloqueio (a Gaza). O bloqueio por si só está se tornando o Vietnam de Israel.” Milhares de ativistas pela paz em Israel protestaram hoje contra o ataque e o bloqueio, em passeatas desde Haifa até Tel Aviv e Jerusalém – se unindo a protestos ao redor do mundo. Independente de que lado atacou primeiro ou deu o primeiro tiro (o exército Israelense insiste em dizer que não foram eles que iniciaram a violência), os líderes de Israel mandaram helicópteros armados de tropas pesadas para atacar um comboio de navios em águas internacionais, que levava remédios e ajuda humanitária para Gaza, gerando mortes desnecessárias como consequência. Não podemos trazê-los de volta. Mas talvez, juntos, nós possamos fazer deste momento trágico, um ponto de virada – se nós nos unirmos em um chamado de justiça inabalável e um sonho de paz inviolável.

Direitos e deveres sociais.

"Artigo 68º. Paternidade e maternidade.
1. Os pais e as mães têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua insubstituível acção em relação aos filhos, nomeadamente quanto à sua educação, com garantia de realização profissional e de participação na vida cívica do país.
2. A maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes.
3. As mulheres têm direito a especial protecção durante a gravidez e após o parto, tendo as mulheres trabalhadoras ainda direito a dispensa do trabalho por período adequado, sem perda da retribuição ou de quaisquer regalias.
4. A lei regula a atribuição às mães e aos pais de direitos de dispensa de trabalho por período adequado, de acordo com os interesses da criança e as necessidades do agregado familiar."

Vá lá! Este parece que passa sem que a queiram violar...

4 de junho de 2010

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Décimo Capítulo.

Leis.

As leis, na melhor das hipóteses, são tentativas de controlar uma população e que apenas funcionam esporadicamente com grande despesa e empenho aturado. Outros métodos comuns de controlo de comportamento são o patriotismo, a religião, a propaganda e o nacionalismo. Todas as leis feitas e aprovadas por homens são desenvolvidas para estabelecer e preservar a ordem. Mas essas leis nunca atingem as raízes dos problemas e são continuamente violadas, até por aqueles que as fizeram. Quando as leis não têm correspondência com a natureza do ambiente físico a que respeitam, serão naturalmente violadas. Com tanta privação económica e insegurança no mundo até as nações mais ricas, por mais leis que produzam, padecem do mesmo problema. Na actualidade, o que falha é a forma como a sociedade se encontra estruturada.

Iremos analisar estes conceitos mais tarde.

A necessidade da existência de leis resulta da orientação da sociedade para a escassez. Se um recurso é abundante ninguém se preocupa em controlá-lo e quando as necessidades da vida são abundantes não se mostra necessário controlá-las.

Numa sociedade baseada nos recursos a responsabilidade social não é imposta pela força, pela intimidação ou por promessas vãs de céu e ameaças de inferno. A protecção do meio ambiente não se traduz numa questão de multas ou pesadas penas. As salvaguardas contra os abusos são projectadas no próprio ambiente. Um exemplo simples disto mesmo pode ser encontrado no desenho de cidades onde as pessoas têm acesso livre aos recursos sem a imposição de um preço. Isso elimina de imediato o roubo. Tais medidas não são uma questão de fazer aprovar e reforçar leis para prevenir e punir os abusos. Ao contrário, elas são meios para eliminar as falhas do projecto social e consequentemente eliminar a necessidade de existência de muitas leis.

Para eliminar os acidentes de tráfego, uma cultura que deposite a sua confiança no método científico não aprovaria uma lei que limitasse a velocidade a 70 Km/h. Ela redesenharia o sistema de transportes para que os acidentes não ocorressem, utilizando comboios automáticos, monocarris, transferes (verticais, horizontais e radiais) e unidades individuais munidos de tantos sensores que tornassem os acidentes praticamente impossíveis.

Uma sociedade preocupada com o ser humano erradica a necessidade de leis e proclamações tornando todas as coisas acessíveis a todos, independentemente da raça, cor ou crença religiosa. Quando os governos fazem leis as pessoas são levadas a acreditar que essas leis são feitas para proteger as suas vidas. Na verdade, as leis são sub-produtos e reveladoras da insuficiência.

Se tentarmos controlar o comportamento humano aprovando leis ou assinando tratados sem alterar as condições físicas responsáveis por comportamentos considerados aberrantes, apenas estamos a remediar a situação sem nunca a resolver. Em vez de ficarmos dependentes de um sistema falhado de castigo e encarceramento depois do mal estar feito, devíamos focar a nossa atenção nas inadequações da sociedade actual. E estas inadequações são coisas tão simples como a pobreza, a má nutrição, a falta de habitação condigna, a falta de modelos idóneos, uma educação falhada, desinteresse crescente das novas gerações no futuro da humanidade, violência nos meios de comunicação, disfunções familiares e ausência de uma visão positiva para a sociedade trabalhar como objectivo comum.

Uma economia mundial baseada nos recursos fornece vastas mudanças no comportamento humano e nas relações interpessoais sem a necessidade de leis. E consegue-o introduzindo um conjunto de valores relevantes para as necessidades de toda a gente. Vê todos os recursos e informação técnica disponíveis no mundo como a herança comum de toda a população mundial. Este é o imperativo unificador da humanidade em torno de um futuro viável e verdadeiramente comum e, se aceite universalmente, poderia fazer o mundo testemunhar o fim da corrida ao armamento, das guerras, drogas, ganância e de todos os problemas decorrentes da interminável busca pelo dinheiro e poder.

A sociedade tem de entender que tudo na natureza é subserviente à lei natural e que essa lei não pode ser violada sem sérias consequências para o indivíduo ou para a própria sociedade. A lei natural domina todos os sistemas vivos. Por exemplo, sem água, sol ou nutrientes essenciais, as plantas e animais não conseguem sobreviver. A lei natural é por isso inviolável. De outro modo, uma pessoa que não receba a nutrição adequada não poderá usufruir de bem-estar físico e depressa adoecerá e morrerá.

E utilizar esse dinheiro para combater a pobreza?

As despesas militares mundiais continuaram a aumentar em 2009 para atingir um novo recorde, impulsionado pelos Estados Unidos, China e França, segundo um relatório anual publicado esta quarta-feira pelo Instituto internacional de investigação para a paz de Estocolmo (Sipri). Durante o último ano, o Mundo gastou 1531 mil milhões de dólares (1244 mil milhões de euros) no sector militar, um aumento de 5,9 por cento em relação a 2008 e de 49 por cento em relação a 2000, escreveu o Sipri, citado pela Lusa. Os Estados Unidos continuam a ser os primeiros em termos de despesas militares com 661 mil milhões de dólares gastos em 2009, ou seja 43 por cento do total mundial, um aumento de 47 mil milhões num ano que representam mais da metade (54 por cento) da progressão planetária, sublinhou o Sipri. As operações «de manutenção da paz» no mundo, em especial no Afeganistão, aumentaram em termos de pessoal e custos em 2009, atingindo números recorde. No total, 54 «operações de manutenção da paz» desenrolaram-se em todo o Mundo durante o ano passado, com «um custo conhecido de 9,1 mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros)», um novo recorde, segundo o Sipri. Em termos de pessoal destacado, o ano de 2009 atingiu igualmente um recorde, com 219.278 pessoas (89 por cento de militares e 11 por cento de civis), um aumento de 16 por cento em relação a 2008, sublinhou o Instituto.

Notícia aqui.

Em vez de contenção nas despesas militares observamos exactamente o contrário. Quanto às operações «de manutenção da paz» acho que já ninguém se deixa enganar. Só no Afeganistão, por exemplo, essa operação serve apenas para proteger os oleodutos que os Estados Unidos fazem passar pelo país para sacar petróleo! Pensavam que eles estavam preocupados com a democracia?