As Mesmas Leis Aplicam-se ao Comportamento Humano.
O comportamento humano nas suas várias componentes encontra-se também sujeito às leis naturais e à acção de forças externas: ele é condicionado por inúmeras variáveis no nosso ambiente específico e individual. Este princípio é igualmente aplicável ao comportamento considerado socialmente ofensivo, e é frequentemente influenciado ora pelo nosso passado empírico, pela nutrição que usufruímos enquanto crianças ou por muitos outros factores ambientais inter-relacionados.
Quando vemos um cão a conduzir uma pessoa cega através de uma rua tendemos a pensar que se trata de um bom cão. Mas quando observamos outro cão a ladrar a um ciclista que passa já lhe chamamos um cão mau. O cão não é bom nem mau, porque simplesmente um cão pode ser treinado para ser feroz ou para ajudar as pessoas cegas. Ambos os cães podiam ser da mesma raça e inclusivamente da mesma ninhada, devendo-se a diferença de comportamento unicamente à sua educação específica.
Vendo através de outro exemplo, podemos imaginar uma família da antiga Roma observando cristãos a serem atirados às feras no circo romano. Alguém da actualidade ficaria horrorizado com o espectáculo e pensaria que aquela família deveria ter imensa dificuldade em dormir descansada após presenciar tal acto, mas o mais provável é que essa família romana não tivesse qualquer tipo de remorso ou peso na consciência, porque esse tipo de sacrifício e derramamento de sangue era visto à época como desporto e os leões e cristãos eram encarados com o mesmo desdém e desconsideração.
Podemos ainda imaginar um moderno piloto-aviador de caças, treinado para a guerra e ensinado a desrespeitar outras culturas e credos, a perder o sono após ter abatido uma vintena de aviões inimigos e destruído várias povoações desabitadas. O mais provável seria vê-lo irradiar alegria por receber mais uma medalha e a decorar o seu avião com os símbolos dos seus inimigos abatidos. O piloto reflecte tanto a sua própria cultura como a família romana a deles. Aquilo a que chamamos consciência e moralidade não são conceitos emanados por uma entidade superior e colectiva, antes são determinados em larga medida pela geografia, a época em que se vive e a educação individual.
Quer se apercebam quer não, as pessoas são constantemente manipuladas no sistema monetário através dos meios de informação de massas. As convicções mais profundas das pessoas são influenciadas por livros, filmes, a televisão, as religiões, os cidadãos tidos por modelos e pelo ambiente directo onde vivem. Mesmo as suas noções de bem e mal e os seus conceitos de moralidade fazem parte da sua herança cultural e experiências de vida. Este método largamente implantado de controlo não requer o uso de força física e é tão eficaz que nem sequer nos damos conta ou sentimos que estamos a ser manipulados.
Os valores dominantes de qualquer sistema social raramente têm origem no povo, ou seja, no cidadão comum. Ao invés disso, eles representam os pontos de vista do grupo de controlo dominante a que pertencem a igreja, o exército, os bancos, as corporações, a elite do poder ou qualquer combinação destes últimos. Estas entidades são quem determina as preocupações e prioridades de uma sociedade, os tribunais, os impostos, etc, todos servindo os seus próprios interesses pessoais ou de grupo, para ser mais correcto, perpetuando a ilusão de que os valores da sociedade são determinados desde baixo, ou seja, pelo cidadão comum. Por outro lado, os governos aniquilam ou desviam a atenção de quem os possa verdadeiramente ameaçar.
Com o entendimento científico de que o comportamento humano está sujeito às mesmas leis naturais que determinam outros processos, o sistema educativo da economia baseada nos recursos pode finalmente evoluir no sentido de ensinar processos e métodos de análise, em vez de insistir na mera memorização de factos. O diálogo substitui o monólogo e a semântica do entendimento torna-se uma habilidade mental que pode em muito melhorar a comunicação humana e ajudar estudantes no acesso inteligente a informação de relevo. Não se espera que, de repente, as pessoas passem a ser mais éticas ou melhores seres humanos, mas apenas que as condições responsáveis por comportamentos hostis ou egocêntricos deixem de existir.
Se pretendemos que as crianças atinjam um relacionamento positivo e construtivo entre elas e se tornem membros contributivos para a sociedade, devemos conceber-lhes um ambiente que estimule a produção desse comportamento desejado. Por exemplo, quando vemos crianças interessadas em aprender como se monta um pequeno veículo a motor, o seu desenho deve reflectir a necessidade de ser manuseado por quatro crianças enquanto outra duas procedem à montagem das rodas, tornando a cooperação entre elas um factor necessário e simultaneamente benéfico. A restante montagem do veículo deve partir de pressupostos semelhantes, sendo sempre necessária a ajuda e cooperação de todos para completar o veículo eficientemente e de forma a que os possa depois servir. Esta forma esclarecida e participada de educação ajuda os alunos a perceber as enormes vantagens da cooperação.
Devem ainda ser incluídas outras preocupações como a não obrigatoriedade dos exercícios ou evitar a sua monotonia, livrando-os igualmente de competição entre iguais na experiência da aprendizagem. Os estímulos podem também ser introduzidos, como por exemplo localizar uma oficina que todos gostem de utilizar no topo de uma colina situada no meio de um lago. Para lá chegar as crianças devem utilizar um barco a remos e depois escalar a colina onde se situa a oficina. Este processo promove o exercício físico, mas também um sentido de realização, o que ajuda na sua saúde mental e estimula o incentivo.
Um dos grandes factores de limitação nos sistemas humanos é a nossa incapacidade de agarrar o significado das forças subjacentes do ambiente e que nos moldam o pensamento, os valores e finalmente o comportamento. Quando falamos de ambiente referimo-nos a todas as variáveis com que interagimos e que constituem os contributos primordiais para a formação da nossa mentalidade.
O comportamento humano nas suas várias componentes encontra-se também sujeito às leis naturais e à acção de forças externas: ele é condicionado por inúmeras variáveis no nosso ambiente específico e individual. Este princípio é igualmente aplicável ao comportamento considerado socialmente ofensivo, e é frequentemente influenciado ora pelo nosso passado empírico, pela nutrição que usufruímos enquanto crianças ou por muitos outros factores ambientais inter-relacionados.
Quando vemos um cão a conduzir uma pessoa cega através de uma rua tendemos a pensar que se trata de um bom cão. Mas quando observamos outro cão a ladrar a um ciclista que passa já lhe chamamos um cão mau. O cão não é bom nem mau, porque simplesmente um cão pode ser treinado para ser feroz ou para ajudar as pessoas cegas. Ambos os cães podiam ser da mesma raça e inclusivamente da mesma ninhada, devendo-se a diferença de comportamento unicamente à sua educação específica.
Vendo através de outro exemplo, podemos imaginar uma família da antiga Roma observando cristãos a serem atirados às feras no circo romano. Alguém da actualidade ficaria horrorizado com o espectáculo e pensaria que aquela família deveria ter imensa dificuldade em dormir descansada após presenciar tal acto, mas o mais provável é que essa família romana não tivesse qualquer tipo de remorso ou peso na consciência, porque esse tipo de sacrifício e derramamento de sangue era visto à época como desporto e os leões e cristãos eram encarados com o mesmo desdém e desconsideração.
Podemos ainda imaginar um moderno piloto-aviador de caças, treinado para a guerra e ensinado a desrespeitar outras culturas e credos, a perder o sono após ter abatido uma vintena de aviões inimigos e destruído várias povoações desabitadas. O mais provável seria vê-lo irradiar alegria por receber mais uma medalha e a decorar o seu avião com os símbolos dos seus inimigos abatidos. O piloto reflecte tanto a sua própria cultura como a família romana a deles. Aquilo a que chamamos consciência e moralidade não são conceitos emanados por uma entidade superior e colectiva, antes são determinados em larga medida pela geografia, a época em que se vive e a educação individual.
Quer se apercebam quer não, as pessoas são constantemente manipuladas no sistema monetário através dos meios de informação de massas. As convicções mais profundas das pessoas são influenciadas por livros, filmes, a televisão, as religiões, os cidadãos tidos por modelos e pelo ambiente directo onde vivem. Mesmo as suas noções de bem e mal e os seus conceitos de moralidade fazem parte da sua herança cultural e experiências de vida. Este método largamente implantado de controlo não requer o uso de força física e é tão eficaz que nem sequer nos damos conta ou sentimos que estamos a ser manipulados.
Os valores dominantes de qualquer sistema social raramente têm origem no povo, ou seja, no cidadão comum. Ao invés disso, eles representam os pontos de vista do grupo de controlo dominante a que pertencem a igreja, o exército, os bancos, as corporações, a elite do poder ou qualquer combinação destes últimos. Estas entidades são quem determina as preocupações e prioridades de uma sociedade, os tribunais, os impostos, etc, todos servindo os seus próprios interesses pessoais ou de grupo, para ser mais correcto, perpetuando a ilusão de que os valores da sociedade são determinados desde baixo, ou seja, pelo cidadão comum. Por outro lado, os governos aniquilam ou desviam a atenção de quem os possa verdadeiramente ameaçar.
Com o entendimento científico de que o comportamento humano está sujeito às mesmas leis naturais que determinam outros processos, o sistema educativo da economia baseada nos recursos pode finalmente evoluir no sentido de ensinar processos e métodos de análise, em vez de insistir na mera memorização de factos. O diálogo substitui o monólogo e a semântica do entendimento torna-se uma habilidade mental que pode em muito melhorar a comunicação humana e ajudar estudantes no acesso inteligente a informação de relevo. Não se espera que, de repente, as pessoas passem a ser mais éticas ou melhores seres humanos, mas apenas que as condições responsáveis por comportamentos hostis ou egocêntricos deixem de existir.
Se pretendemos que as crianças atinjam um relacionamento positivo e construtivo entre elas e se tornem membros contributivos para a sociedade, devemos conceber-lhes um ambiente que estimule a produção desse comportamento desejado. Por exemplo, quando vemos crianças interessadas em aprender como se monta um pequeno veículo a motor, o seu desenho deve reflectir a necessidade de ser manuseado por quatro crianças enquanto outra duas procedem à montagem das rodas, tornando a cooperação entre elas um factor necessário e simultaneamente benéfico. A restante montagem do veículo deve partir de pressupostos semelhantes, sendo sempre necessária a ajuda e cooperação de todos para completar o veículo eficientemente e de forma a que os possa depois servir. Esta forma esclarecida e participada de educação ajuda os alunos a perceber as enormes vantagens da cooperação.
Devem ainda ser incluídas outras preocupações como a não obrigatoriedade dos exercícios ou evitar a sua monotonia, livrando-os igualmente de competição entre iguais na experiência da aprendizagem. Os estímulos podem também ser introduzidos, como por exemplo localizar uma oficina que todos gostem de utilizar no topo de uma colina situada no meio de um lago. Para lá chegar as crianças devem utilizar um barco a remos e depois escalar a colina onde se situa a oficina. Este processo promove o exercício físico, mas também um sentido de realização, o que ajuda na sua saúde mental e estimula o incentivo.
Um dos grandes factores de limitação nos sistemas humanos é a nossa incapacidade de agarrar o significado das forças subjacentes do ambiente e que nos moldam o pensamento, os valores e finalmente o comportamento. Quando falamos de ambiente referimo-nos a todas as variáveis com que interagimos e que constituem os contributos primordiais para a formação da nossa mentalidade.
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