As ações da Moody´s caíram para mínimos de outubro do ano passado, depois de ser conhecido um aviso do regulador do mercado de valores mobiliários (SEC) por declarações "falsas e enganosas" feitas pela agência de rating. Na edição de hoje, o New York Times revela que o presidente da empresa, Raymond McDaniel, vendeu a 18 de março, no dia em que a Moody´s recebeu a intimação da SEC, ações da empresa num valor total de 4,3 milhões de dólares. Fonte oficial da empresa afirma que a venda foi planeada um mês antes de ser recebida a intimação. Também um dos principais acionistas da agência de rating, a Berkshire Hathaway, do bilionário Warren Buffett, vendeu entre essa data e o final de março títulos no valor total de 30 milhões de dólares, ainda assim uma parte pequena da sua participação na empresa. Na segunda feira, as ações da Moody´s chegaram a estar a cair 11% e fecharam a recuar 7%. A revelação da intimação, que poderá desencadear um processo formal, foi feita pela Moody´s no seu relatório e contas trimestral. O caso remonta a 2007 e foi desencadeado por um artigo do Financial Times dando conta de que os membros de um comité que supervisionava um género de derivativos na Europa - obrigações de dívida de proporção constante - tiveram conhecimento de um problema no software de avaliação de risco que inflacionou estes "ratings". Sem este problema, o rating seria quatro níveis inferior. O modelo foi reparado, mas o rating máximo (triplo A) manteve-se público até janeiro de 2008. De acordo com o porta-voz da empresa, Michael Adler, a investigação de que foi incumbida uma firma de advogados levou a processos disciplinares e até a rescisões com alguns funcionários. Em junho de 2007, a Moody´s candidata-se a "organização estatística de rating", e o processo inclui a subscrição de um código de conduta. A declaração "falsa e enganosa" então feita sustenta a intimação, conhecida por "aviso Wells", apresentada pela SEC. "A SEC não vai habitualmente atrás das agências de rating (...). É impossível ignorar o facto de que as pessoas da SEC indicaram que estão preocupadas com o papel que as agências de rating durante a crise", afirma Elizabeth Nowicki, professora da Universidade de Boston. As agências de rating foram processadas pelos procuradores dos Estados do Ohio e Connecticut. Enfrentam ainda mais de duas dezenas de processos de investidores privados, que se consideram defraudados por terem comprado títulos que as agências consideravam de risco mínimo, e que perderam quase todo o seu valor na sequência da crise. Na semana passada, um juiz da Califórnia admitiu que o fundo de pensões do Estado, Calpers, avance com um processo contra a Moody´s por danos avaliados em mil milhões de dólares. Sobre o processo de que deverá ser alvo pela SEC, a agência de rating diz que as suas políticas "claramente proíbem a conduta dos funcionários" que acompanhavam os derivativos europeus. "Não acreditamos que uma única violação da nossa política torne falsa essa mesma política", afirma o porta-voz Michael Adler.
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E eram estes caramelos que colocavam a dívida externa portuguesa e a sua capacidade de endividamento de rastos... Definitivamente "i'm not in the mood" para aturar filhos da puta!
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