10 de maio de 2012

José Sócrates e companhia no banco dos réus. Por Tiago Mesquita. Por mim era já!

O anterior governo, com o ex-primeiro-ministro à cabeça, deveria ser responsabilizado por tudo o que fez a este país. Esta impunidade silenciosa enjoa e enoja. Não sou dos que defendem que os governos democraticamente eleitos devem apenas e só ser responsabilizados/julgados nas urnas. É demasiadamente fácil e intoleravelmente irresponsável. No meio de todo o processo há um sentimento de "conforto" que estes senhores que governam os nossos destinos sentem e que os leva a comportarem-se como se gerissem um poço de petróleo sem fundo, com todos os males futuros que isso acarreta.

Futuro este que, ao contrário do comum dos mortais, é para estes senhores sempre risonho. Alapados a tudo que é cargo político, empresa pública, privados com ligações ao Estado (passadas e presentes), Bancos - portugueses e europeus, Fundações privadas ou aninhados no parlamento ou em programas de debate político em canais televisivos a debitarem sobre o que está a ser feito como se fosse algo atroz, descabido e isolado do passado recente onde os próprios chafurdaram alegremente. E assim fizeram até ao senhor José meter o rabo entre as pernas e ir para Paris "estudar" com carácter de urgência. Esta última nem vou comentar. O ano sabático do aprendiz das artes da Filosofia num país a sério já tinha terminado há muito, e não por vontade do próprio. Somos Portugal e não a Islândia - infelizmente.

Actuam sem qualquer vergonha ou receio de poderem vir a ser punidos pelos desastrosos desempenhos em funções para as quais foram eleitos ou nomeados. Gerem um país inteiro da forma mais escabrosa possível, irresponsável e incompetente. Gastam o nosso dinheiro com tiques labregos de novo-riquismo próprios de gente que teve acesso ao que nunca deveria ter tido. TGV´S, pontes e aeroportos como se rotundas e parques infantis se tratassem. Comportamento execrável. Julgamento inexistente.

Não entendo como alguém intelectualmente honesto ( e que não se sinta ou possa vir a sentir-se comprometido no futuro em relação ao que afirmou no passado - vulgo "comentadeiras" politizadas e de olho na AR) pode defender que não devem ser "criminalizadas" as políticas que destroem a propriedade, a liberdade, o direito ao emprego, as empresas e a Economia, o acesso ao ensino e à investigação, à saúde, à igualdade de oportunidades, a uma infância feliz, uma vida digna e a uma velhice condigna e aos mesmo tempo condenem de uma penada milhões de pessoas à extrema pobreza ou ao limiar cada vez mais esbatido que a separa da mera sobrevivência. Para mim isto é muito mais grave do que furtar, aliás muitas vezes coincide, e furtar ao que consta é crime.

Não consigo aceitar calado o facto de viver num país de em que a incompetência grassa, prospera e todos parecem cruzar os braços. Nobre povo o tanas. Povo burro e submisso (onde me incluo) que continua a aturar e alimentar gerações de políticos repugnáveis e incompetentes. Uma atrás da outra.


Artigo aqui.

Em cheio, Tiago!

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