20 de janeiro de 2011

Claro que assim não há dinheiro!

Durante umas semaninhas, os nossos media, certamente para desanuviar, deixam de prestar atenção à correlação entre a performance do Estado português e a reacção do mercado da dívida. Eu sei: é chato, árido e não tem homicidas gays. Depois, quando a atenção regressa a este tema, os media encontram os juros muito altos e começam, de imediato, a defender esta narrativa: "ai, eles, os mercados, estão a ser muito duros e injustos com Portugal". Duros? Sim. Injustos? Não. É que o nosso Estado continua a gastar dinheiro sem o mínimo respeito pela realidade do país e sem uma mínima consideração pelo contribuinte. Basta olhar para o trabalho que o Diário de Notícias está a fazer.

Um exemplo: desde que rebentou a crise (2008), José Sócrates já criou 88 fundações. Isto dá uma média de uma fundação a cada 12 dias (em plena crise). Meus amigos, isto é um saque organizado ao dinheiro dos contribuintes. Não tem outro nome: é um saque ao nosso dinheiro, um saque legitimado pelo próprio governo, um saque que beneficia boys em detrimento do cidadão comum, esse idiota que se limita a abrir a carteira. Alguém me explica a utilidade destas 88 fundações? Alguém me explica a utilidade de todas as 640 fundações que são financiadas pelo Orçamento de Estado? Alguém pode garantir - sem se rir - que o país precisa de todas estas fundações? Não haverá umas quantas que são desnecessárias? Caramba, temos um batalhão imenso de funcionários públicos e, depois, ainda é preciso fazer estas fundações financiadas pelo orçamento de estado? Para quê?

E, já agora, também interessa fazer uma pergunta mui simples: por que razão as chefias destes tachos finos (uma-fundação-alimentada-pelo-OE não é só um tacho, é um tacho chique) são tão bem pagos? Alguém me explica por que razão a presidente da Fundação Cidade de Guimarães tem um salário de 10 mil euros? (e o salário era de 14.300 euros). Como contribuinte, eu não aceito estes ordenados faraónicos. Não aceito. Isto é um assalto ao meu dinheiro. Meu. Meu. Não é do Estado, não é do governo, não é do PS, não é dos boys and girls do PS e do PSD (sim, o PSD também tem os dedos neste mel). É meu, e eu quero respeito por esse dinheiro.

Volta e meia, os nossos media esquecem isto, ou seja, esquecem a realidade portuguesa. Mas os credores internacionais não esquecem. E ainda bem. É a pressão dos credores que está a proteger os contribuintes portugueses. Sem essa pressão, os tachos finos seriam ainda mais.


Artigo aqui.


Eu não gosto mesmo nada do Henrique Raposo. Nada. É uma espécie de antítese do Daniel Oliveira... Mas quando vale a pena ler o que ele escreve, então é para publicar. Sem preconceitos.

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