"O Governo vai prosseguir, apesar da crise e dos programas de contenção orçamental, o processo de modernização da Força Aérea Portuguesa (FAP) que envolve investimentos superiores a 1,5 mil milhões de euros, dos quais dois terços ainda estão por realizar." in DN. Augusto Santos Silva aterrou em Beja (não podia ir de carro?) para observar o primeiro dos cinco aviões P-3 adquiridos. Estive quase a adjectivar o avião de "novinho em folha" mas lembrei-me que o Governo vai gastar 200 milhões em aviões holandeses em segunda mão. Costuma dizer-se "negócio da China" para caracterizar um bom negócio. Digamos que este foi um "negócio de Portugal". Umas pechinchas com duas asas (esperemos). Faz lembrar o português que vai ao estrangeiro comprar um Mercedes com 980 mil quilómetros e depois anda por aí a passear num 89-09-KC, o mesmo táxi em que 50 mil portugueses já passearam nas ruas de Geneva. Mas é um Mercedes...enfim. Não chegaram os F16 a cair de podre que fizemos o favor a alguém de trazer do último leilão-dos-países-pobres-que têm-a-mania-que-vão-à-guerra. Agora foi pior. Comprámos aviões holandeses por 80 milhões depois pagámos 120 milhões a uma empresa americana para modernizá-los. Grande negócio. Um verdadeiro "Pimp my plane". Aposto que os holandeses meteram de imediato um laçarote gigante em cada avião e encheram o porão com tulipas, chocolates e tamancos típicos de vários tamanhos. "O ramo tem em curso outros investimentos: a modernização dos caças F-16 (500 milhões de euros) " Esta é de rir: 500 milhões para "transformar" os F-16? Em quê? Em F-16 com faróis de xénon e jantes de liga leve? Alguns já são só e apenas carcaça. Com o tempo foram cedendo peças aos "primos" menos danificados e que se encontravam em lista de espera para transplante. Augusto Santos Silva disse que os portugueses "compreendem bem" esse tipo de investimento: "Não se gasta muito dinheiro, faz-se o investimento estritamente necessário para a defesa militar da nossa soberania." Quem? Fale por si. Augusto santos Silva pode dizer o que quiser, disparates inclusive (e tem um certo jeito) como se viu pelo patético "não se gasta muito dinheiro". Como se 1,5 mil milhões fossem trocos. "Defesa miitar da nossa soberania?" Estamos com medo de quem e do quê? O FMI tem braço armado? Simplesmente ridiculo. Pois eu sou português e não compreendo como é que um governo que pede os sacrifícios que pediu tem a distinta lata de na mesma semana anunciar gastos e manter investimentos desta natureza, com 2/3 da fatia gigantesca dos 1,5 MIL MILHÕES por pagar dado que são investimentos ainda por realizar. Mais um elefante a aterrar nas contas públicas. É de uma falta de vergonha atroz.
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