29 de agosto de 2009

Era sempre a bombar!

A Unidade Especial de Investigação à Câmara de Lisboa acusou o arquitecto Jorge Contreiras de corrupção, branqueamento de capitais, abuso de poder e falsificação de documento. O arguido era assessor de uma das divisões de gestão urbanística da autarquia e terá dado pareceres favoráveis a processos elaborados por um gabinete de projectos de que era sócio. A primeira situação referida na acusação do procurador-adjunto Ricardo Matos, magistrado da equipa coordenada por Maria José Morgado, respeita a um projecto de um promotor imobiliário conhecido do arguido. Contreiras propôs-se contribuir para a celeridade na aprovação do projecto, obtendo como contrapartida que a elaboração do mesmo seria feita pela Newspace, firma a que estava ligado. O projecto seria, todavia, assinado por uma arquitecta que colaborava com o gabinete, que subscreveu um contrato de prestação de serviços com o empreiteiro. Segundo a acusação, o promotor nunca se deslocou à divisão de urbanismo, sendo sempre informado por telefonemas do arguido, que se ia inteirando do andamento do processo junto de outros arquitectos camarários. Os honorários ascenderam a 125 mil euros, acrescidos de 26.250 euros de IVA e foram depositados inicialmente na conta da arquitecta. Esta acabaria por transferir 90.750 euros, dos quais 15.750 de IVA, para uma outra conta da Newspace. Foi esta triangulação que motivou a imputação do crime de branqueamento ao arquitecto Jorge Contreiras, não tendo ficado provado que a arquitecta tivesse sido cúmplice na dissimulação da origem daquela verba. Uma outra situação investigada refere-se ao licenciamento de uma construção na Rua do Conde Redondo, em Lisboa, cujo projecto também foi elaborado pela sociedade Newspace e assinado pela mesma arquitecta. Neste caso, houve reservas dos serviços de urbanismo da CML, que seriam superadas através de uma informação subscrita pelo arguido, que o Ministério Público sustenta consagrava soluções contrárias às previstas no Plano Director Municipal e Regulamento das Edificações Urbanas. E foi com base nessa informação que o projecto foi aprovado em Maio de 2003, pela vereadora do pelouro do Urbanismo, Eduardo Napoleão. Em pelo menos três projectos elaborado pelo gabinete de que era sócio, Jorge Contreiras terá fabricado documentos com assinatura falsa, de modo a agilizar o deferimento do licenciamento, com a inerente aceleração do ritmo dos trabalhos de construção e comercialização dos prédios.

Notícia aqui.

Isto é que era um regabofe à maneira! Era como limpar o rabo a meninos! Jogar nos dois tabuleiros ao mesmo tempo! Etc... Com funcionários públicos destes não admira que a opinião geral da população portuguesa seja negativa... Vamos ver se pelo menos sabem retirar a maçã podre do cesto!

25 de agosto de 2009

Boa!

Lei nº 33/2009 - DIREITO DE ACOMPANHAMENTO NAS URGÊNCIAS DO S.N.S.

Saiu, em Diário da República, o direito de acompanhamento dos utentes dos serviços de urgencia no Serviço Nacional de Saúde, a Lei n.º 33/2009 de 14 de Julho.

Usufruam desse direito: a partir de hoje os nossos filhos, pais, familiares ou mesmo amigos, não ficarão abandonados numa maca de urgência, num corredor qualquer de um qualquer hospital.
Link do Diário da Républica onde foi publicada a Lei nº 33/2009 de 14 de Julho: http://dre.pt/pdf1sdip/2009/07/13400/0446704467.pdf
Artigo 1.º Direito de acompanhamento
É reconhecido e garantido a todo o cidadão admitido num serviço de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) o direito de acompanhamento por uma pessoa indicada nos termos do artigo 2.º
Artigo 2.ºAcompanhante
1 — Todo o cidadão admitido num serviço de urgência tem direito a ser acompanhado por uma pessoa por si indicada e deve ser informado desse direito na admissão pelo serviço.
2 — Os serviços de urgência devem, através de serviços técnicos adequados, promover o direito referido no número anterior sempre que a situação clínica do doente não permita a declaração da sua vontade, podendo para esse efeito os serviços solicitar a demonstração do parentesco ou da relação com o paciente invocados pelo acompanhante, (...)

Recebida por e-mail.

Quando há iniciativas boas também cá estou para as assinalar e louvar!

22 de agosto de 2009

Não confundir a obra-prima do mestre com a prima do mestre de obras...

Os especialistas dizem que a Loja Mercúrio, da Grande Loja Regular de Portugal (GLRP), é das mais influentes no universo maçónico nacional. É certo que não integra a maior obediência da Maçonaria portuguesa - o GOL (Grande Oriente Lusitano) - mas entre os seus efectivos contam-se personalidades que têm a obrigação de estar muito bem informadas sobre o que de mais importante se passa em Portugal. Por exemplo: Jorge Silva Carvalho, chefe de gabinete do chefe máximo dos serviços secretos portugueses, Júlio Pereira, secretário-geral do SIRP (Serviços de Informação da República Portuguesa). É nessa loja maçónica que "milita" também Rui Paulo Figueiredo, 38 anos, assessor jurídico do primeiro-ministro e, ao que parece, responsável, segundo a Presidência da República (citada pelo Público) por ter parecido demasiado curioso numa viagem de Cavaco à Madeira, cuja comitiva integrou, acompanhando o ministro Pedro Silva Pereira. Rui Paulo Figueiredo - que o DN não conseguiu contactar - é licenciado em Direito e especialista em marketing. Além do mais, cultiva amizades com o lobby pró-americano de Lisboa, presidindo ao Instituto Transatlântico Democrático e colaborando com a FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento). Sendo militante do PS, foi notícia em Janeiro de 2007, quando substituiu Manuel Maria Carrilho na vereação de Lisboa.

In Diário de Notícias de Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009.

O que vos posso dizer é que um verdadeiro Maçon nunca se faria de convidado a uma mesa onde não é bem-vindo. É uma falta de ética e de verticalidade que não se coaduna com quem se ocupa a lapidar a pedra bruta. E por falar em coisa bruta, espreitem aqui o "regular" de quem se fala acima... Ou seja, mais vale ser irregular!

Estás mesmo a pedi-las Ção!




Direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.

"Artigo 54º. Comissões de trabalhadores.
1. É direito dos trabalhadores criarem comissões de trabalhadores para defesa dos seus interesses e intervenção democrática na vida da empresa.
2. Os trabalhadores deliberam a constituição, aprovam os estatutos e elegem, por voto directo e secreto, os membros das comissões de trabalhadores.
3. Podem ser criadas comissões coordenadoras para melhor intervenção na reestruturação económica e por forma a garantir os interesses dos trabalhadores.
4. Os membros das comissões gozam da protecção legal reconhecida aos delegados sindicais.
5. Constituem direitos das comissões de trabalhadores:
a) Receber todas as informações necessárias ao exercício da sua actividade;
b) Exercer o controlo de gestão nas empresas;
c) Participar nos processos de reestruturação da empresa, especialmente no tocante a acções de formação ou quando ocorra alteração das condições de trabalho;
d) Participar na elaboração da legislação do trabalho e dos planos económico-sociais que contemplem o respectivo sector;
e) Gerir ou participar na gestão das obras sociais da empresa;
f) Promover a eleição de representantes dos trabalhadores para os órgãos sociais de empresas pertencentes ao Estado ou a outras entidades públicas, nos termos da lei."

Fuoooooooooooda-se!!! Por onde querem começar? Intervenção democrática na vida da empresa? Intervenção na reestruturação económica por forma a garantir os interesses dos trabalhadores? Receber todas as informações necessárias ao exercício da sua actividade? Exercer o controlo de gestão nas empresas (esta então dá para dobrar a rir, ou a chorar...)? Tudo letra morta! Tudo a pedir revolução!

Olha a ponta do cubo de gelo...

Uma investigação judicial ao caso Freeport descobriu depósitos de 200 mil euros, em 2002, nas contas bancárias de Carlos Guerra, ex-presidente do Instituto de Conservação da Natureza, então dependente do ministro do Ambiente, José Sócrates. A notícia é avançada hoje pelo semanário “Sol”. Foram feitos diversos depósitos, em numerário ou por transferência, durante e após o processo de viabilização do centro comercial, indica o semanário, numa peça assinada pela jornalista Felícia Cabrita. Os depósitos totalizaram a quantia de 200 mil euros e “indiciam que poderão ser contrapartidas pecuniárias pelo licenciamento do ‘outlet’ de Alcochete”, indica o semanário. De acordo com o “Sol”, Carlos Guerra alegou, nas declarações já prestadas no processo, que o dinheiro se referia a partilhas antecipadas que o sogro foi obrigado a fazer após a falência de uma sua empresa – uma explicação considerada frágil.

Notícia aqui.

Assim nunca mais lá chegamos...

18 de agosto de 2009

Porra, o Preto é mesmo o Diabo!

Ao pedir a um cunhado médico que lhe engessasse o braço antes de uma prova judicial de caligrafia que o poderia incriminar, António Preto mostrou ter um nervo raro. Com este impressionante número, Preto definiu-se como homem e como político. Ao tentar impô-lo ao país como parlamentar da República, Manuela Ferreira Leite define-se como política e como cidadã. Mesmo numa época de grande ridículo e roubalheira, Preto distinguiu-se pelo arrojo e criatividade. Só pode ter sido por isso que Manuela Ferreira Leite não resistiu a incluir um derradeiro arguido na sua lista de favoritos para abrilhantar um elenco parlamentar que, agora sim, promete momentos de arrebatadora jovialidade em São Bento.
À tribunícia narrativa de costumes de Pacheco Pereira e à estonteante fleuma de João de Deus Pinheiro, vai juntar-se António Preto com o seu engenho e arte capazes de frustrar o mais justiceiro dos investigadores. Se alguma vez chegar a ser intimado a sentar-se no banco dos réus, já o estou a ver a ir ter com o seu habitual fornecedor de imobilizadores clínicos para o convencer a fazer-lhe um paralisador sacro-escrotal que o impeça de se sentar onde quer que seja, tribunal ou bancada parlamentar.
Se o convocarem para prestar declarações, logo aparecerá com um imobilizador maxilo-masséter-digástrico que o remeterá ao mais profundo mutismo, contemplando impávido com os olhos divertidos de profundo humorista os esforços inglórios do poder judicial para o apanhar, enquanto sorve, por uma palhinha apertada nos lábios, batidos nutritivos com a segurança dos imunes impunes.
Em dramatismo, o braço engessado de Preto destrona os cornos de Pinho. Com esta escolha, Manuela Ferreira Leite veio lembrar-nos que também há no PSD comediantes de grande calibre capazes de tornar a monotonia legislativa no arraial caleidoscópico de animação que está a fazer do Canal Parlamento um conteúdo prime em qualquer pacote de Cabo.
Que são os invulgares familiares de José Sócrates, o seu estranho tio ou o seu temível primo que aprende golpes de mão fatais na China, quando comparados com um transformista que ilude com tanta facilidade a perícia judiciária? António Preto é mesmo melhor que Vale e Azevedo em recursos dilatórios e excede todos os outros arguidos da nossa praça com as suas qualidades naturais para o burlesco melodramático.
Entre arguidos, António Preto é um primo inter pares. Ao fazer tão arrojada escolha para o elenco político que propõe ao país como solução para a nossa crise de valores, Manuela Ferreira Leite só pode querer corrigir a percepção que o eleitorado possa ter de que ela é uma cinzentona sem espírito de humor e que o seu grupo parlamentar vai ser o nacional bocejo.
A líder social-democrata respondeu às marcantes investidas de Pinho com as inimitáveis braçadas de Preto. Arguidos na vida política há muitos, mas como António Preto há só um. Quem o tem, tão fresco e irreverente como na primeira investigação judicial, é Manuela Ferreira Leite e o seu PSD. Karl Marx, na introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, escreve que "a fase final na história de um sistema político é a comédia". Com estas listas do PSD e com a inspiração guionística de António Preto, Ferreira Leite está a escrever o último acto.


Artigo aqui.

De facto a coisa está a atingir laivos de triste comédia. De parabéns está mais uma vez Mário Crespo pela denúncia cáustica.

12 de agosto de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

As casas.
A arquitectura e os edifícios individuais para habitação das cidades evoluem de forma completamente diferente das casas construídas no passado. Com a aplicação inteligente de tecnologias mais humanas, pode ser obtida uma grande variedade de habitações individuais únicas. Os seus elementos estruturais são flexíveis e coerentemente dispostos para melhor servir as preferências individuais. Estas casas pré-fabricadas modulares, contendo esse elevado grau de flexibilidade, podem ser montadas em qualquer local que possamos imaginar tal como florestas, no topo de montanhas ou até em ilhas remotas.

Todas estas moradias são modelos de energia auto-suficientes, com os seus próprios geradores térmicos e concentradores de calor, assim como painéis fotovoltáicos montados no revestimento exterior e nas janelas. As janelas térmicas, que suavizam a luz solar excessiva através da interposição de padrões variáveis de sombreamento, são outra das inovações introduzidas para incremento do conforto interior. Todas estas possibilidades são escolhidas pelo utilizador final e conseguem por si só fornecer energia mais do que suficiente para operar todas as necessidades caseiras, desde a iluminação até ao aquecimento.



As casas são pré-fabricadas com um novo tipo de betão reforçado e pré-esforçado dotado de um revestimento flexível cerâmico, pelo que são edifícios à prova de fogo, com baixa manutenção e impermeáveis às intempéries. A sua estrutura exterior pode ser fabricada em massa numa questão de horas e as suas características físicas garantem um mínimo estrago face a possíveis terramotos e furacões.

Entre o Preto e o Mota venha o Diabo e escolha!

A líder do PSD veio ontem defender a candidatura de António Preto para o Parlamento. Desvalorizou as acusações sobre o social-democrata, preferindo relembrar a falta de solução para o caso Eurojust. Ferreira Leite não tem dúvidas: é mais preocupante que Portugal mantenha em funções o presidente do Eurojust, Lopes da Mota, suspeito de condicionar a investigação do caso Freeport, do que o PSD ter como candidato a deputado António Preto, acusado de fraude fiscal e falsificação de um contrato. Em defesa do homem que a sucedeu à frente da distrital do PSD/Lisboa, Ferreira Leite lembra que as dúvidas sobre Preto não têm que ver com o exercício de funções políticas. Daí que, excluí-lo das listas de deputado seria "antecipar-se à Justiça" justifica a líder do PSD.

Notícia aqui.

De facto perdeu-se a noção do ridículo e, pior ainda, a noção de verticalidade, honestidade e de isenção pela qual se devem reger os candidatos a cargos públicos. É a lama total. Quando há no aparelho de Estado tanta gente com crimes ainda piores do que aqueles que são imputados ao Preto e ao Mota, não admira que a Lelita se perca e ache normal a manutenção da candidatura. Como diria um amigo meu: quando estás muito tempo ao pé da merda começas a parecer-te com ela!

10 de agosto de 2009

Alegadamente, Portugal já foi um país!

Já ninguém fala do Freeport. Fala-se só de Lopes da Mota. E do Eurojust. Que a maior parte de nós não fazia ideia de que existia. A alegada culpa de tudo (dos flamingos desalojados ao centro comercial na Rede Natura) foi de Lopes da Mota. De mais ninguém. Actuou, alegadamente, por si. Foi, por si, sub-repticiamente, ao centro de uma investigação do mais melindroso que Portugal já viu, falou com investigadores, sensibilizou-os para o melindre político, e fez tudo isto por sua iniciativa. Não foi dar sermões alegadamente encomendados. É verdade que se reuniu formalmente com o ministro da Justiça (várias vezes). Mas não falaram do Freeport. É verdade que, noutra incarnação, Lopes da Mota foi colega num alegado governo do mesmo primeiro-ministro que o nomeou para o Eurojust e a quem compete demiti-lo por alegado abuso de confiança, levado aos alegados limites. O mesmo primeiro-ministro que, embora não conste do processo Freeport, é o alegado centro do "chamado caso Freeport" (que é como a Procuradoria-Geral se lhe refere nos seus comunicados). Mas Lopes da Mota não falou do Freeport com Sócrates. Nem com Alberto Martins. Chegou alegadamente a Lisboa e foi a correr para um alegado almoço com os procuradores que investigam o Freeport. Aí, confirma que falou muito do caso Freeport. Alertou, avisou, admoestou, sugeriu, insinuou e aconselhou, mas foi tudo lavra sua.
Não tinha nem mandato nem mandado. Alegou, exemplificou e declarou, mas por si só. Feita a solitária peregrinação ao santuário jurídico-formal, regressou à sua torre de marfim em Haia, onde, inspirado em Baruch Espinoza, continuou a filosofar sobre o direito e a ponderar sobre os convenientes e inconvenientes dos prazos de prescrição de alegados crimes cometidos por alegados criminosos. Sozinho no estrangeiro, estas coisas ganham um carácter obsessivo. Lopes da Mota foi levado por isso e foi fazendo telefonemas para os investigadores repetindo as prevenções, recordando pormenores, arguindo com novos sinais, alvitrando, tentando induzir e inspirar titulares da acção penal para os imensos melindres de toda esta urdidura. E fez sempre tudo por si. Alegadamente sozinho. Com a sua imensa ciência jurídica, a sua prodigiosa intuição política e a sua sensibilidade única para os problemas nacionais, que lhe vinha dos tempos de Felgueiras. Como fez tudo sozinho, tem de pagar exemplarmente por este excesso de zelo. Só ele é que é o culpado. De tudo. Este foi o alegado crime alegadamente mais importante de todo este alegado processo. Em termos da importância da alegada responsabilidade penal primeiro vêm os alegados crimes das alegadas fugas de informação, depois os alegados abusadores da alegada liberdade de expressão (todos eles alegados travestis de alegado jornalismo) e por último, mas não em último, Lopes da Mota. O primeiro-ministro, alegadamente nada tem a ver com o Freeport, tanto que alegadamente não consta do alegado processo e nem sequer conhece o alegado Charles Smith, embora o primo ache que sim. O ministro da Justiça nada tem a ver com o caso, ele que desde Macau, alegadamente, não contacta com nenhum juiz. Portanto, Lopes da Mota está condenado a ser o bode alegadamente expiatório. Para o país é tudo uma questão de fé. Acreditem os crentes e os crédulos. O valor supremo é a presunção da alegada inocência. Alega-se, logo existe. E, se se queixarem ao presidente, levam um processo em cima. E se duvidarem, levam um processo em baixo.
Artigo aqui.
Excelente artigo de opinião, como já nos vem habituando Mário Crespo, onde transparece aquilo que todos nós pensamos com os nossos botões: mas não há limites? Aparente e alegadamente, não! Há é sempre maneira, por mais rebuscada, ilegal, infâme, reles e incompreensível que seja, de safar políticos e dirigentes corruptos. Já não há é paciência!

A língua portuguesa é mesmo traiçoeira...

Se o Mário Mata, a Florbela Espanca, o Jaime Gama e o Jorge Palma, o que é que a Rosa Lobato Faria? E, já agora: alguém acredita que a Zita Seabra para o António Peres Metello?
Recebido por e-mail.

7 de agosto de 2009

À velocidade da luz.


Da última vez que viajei à velocidade da luz ainda fui capaz de tirar esta fotografia.

5 de agosto de 2009

Colectânea de frases de Marinho Pinto (Bastonário da Ordem dos Advogados).

"Há pessoas que ocupam cargos de relevo no Estado português que cometem crimes impunemente."
DN, 27 Janeiro 2008
"Um dos locais onde se violam mais os direitos dos cidadãos em Portugal, é nos tribunais."
SIC Notícias, 27 Junho 2008
"98% dos polícias à noite estão nas suas casa. É preciso haver polícias na rua à noite, fardados."
Público, 27 Junho 2008
"Há centenas ou milhares de pessoas presas [em Portugal] por terem sido mal defendidas."
Público, 27 Junho 2008
"Vale tudo, seja quem for que lá esteja, desde magistrados a outros juristas, não se pode falar em justiça desportiva, mas em prevalência manifesta de interesses e de poderes."
RTP, 08 Julho 2008
"Eu não discuto com sindicatos. Os sindicatos querem é mais dinheiro e menos trabalho."
RTP, 10 Julho 2008
"Alguns magistrados portam-se nos tribunais portugueses como os agentes da PIDE se comportavam nos últimos tempos do Estado Novo."
RTP, 10 Julho 2008
"Estão-se a descobrir podres que eram inimagináveis há meia dúzia de meses. E não é por efeito da crise. É por efeito da lógica do próprio sistema. Parece que o sistema financeiro só funciona com um pé do lado de lá da legalidade."
JN, 28 Dezembro 2008
"Uma senhora que furtou um pó de arroz num supermercado foi detida e julgada. Furtar ou desviar centenas de milhões de euros de um banco ainda se vai ver se é crime."
JN, 28 Dezembro 2008
"Pelos vistos, nenhum banco pode ir à falência."
Público, 30 Dez 2008
É de gente assim que este país precisa, sem medos e a meter o dedo na ferida pustulenta.

3 de agosto de 2009

Já faltou mais...

A associação ILGA Portugal diz que a decisão do Tribunal Constitucional mostra uma «clara divisão» na apreciação da legalidade do casamento homossexual em Portugal e uma «urgência» em resolver a questão via parlamentar, revela a Lusa. Esta sexta-feira, o jornal «Diário Económico» divulgou que o Tribunal Constitucional (TC) vai negar o casamento homossexual entre Teresa Pires e Helena Paixão. O TC alega que a Constituição não prevê a união civil entre homossexuais e que não encontrou nenhuma violação do princípio de igualdade do Código Civil. De acordo com a Lusa, o advogado do casal comprovou ter a «indicação de que já há decisão» e que «faltam as declarações de voto» dos cinco juízes. De acordo com o mesmo, três votaram contra e dois votaram a favor. A ILGA destaca ainda que «é patente a clara divisão na apreciação da inconstitucionalidade: dois dos cinco juízes garantiriam desde já o casamento das duas cidadãs, confirmando que a Constituição obriga a que assim aconteça; três juízes não consideram que a Constituição obrigue à existência desta possibilidade, remetendo no fundo a questão para o Parlamento». Para a socióloga e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Ana Cristina Santos, o facto do Tribunal Constitucional não ter reunido consenso, demonstra que as mentalidades estão a mudar. «O facto de a decisão não ter sido unânime traduz alguma mudança, mas essa mudança não foi suficiente para reverter a decisão», revela à Lusa. A investigadora diz ainda que o acórdão do TC «é fortemente negativo» em termos de direitos humanos e de cidadania sexual. Já o candidato a deputado pelo PS e activista dos direitos homossexuais, Miguel Vale de Almeida, diz que a decisão do TC significa que a autorização do casamento homossexual caberá ao Parlamento. «Para todos os efeitos, o Tribunal Constitucional está a dizer que é uma decisão parlamentar e política», afirma. O activista acrescenta ainda que os juízes não se pronunciaram sobre o casamento homossexual em Portugal, mas sim sobre o caso específico de Teresa e Helena. «O caso delas não tem nenhuma consequência no casamento», sublinha o candidato a deputado do PS pelo círculo de Lisboa.

Notícia aqui.

Devagar se vai ao longe e o direito aqui consignado acabará por prevalecer. Só pode, a bem da igualdade de direitos e da promoção de uma sociedade inclusiva!