Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária."
Soberana... Por isso anda a reboque dos interesse inconfessáveis dos E.U.A. e seus capachos, pactuando com invasões ilegais a países soberanos, por isso cede o espaço aéreo para vôos ilegais da C.I.A. e em clara violação pelos mais elementares Direitos Humanos, por isso promove a todo o custo a ratificação (porreiro pá!) de um Tratado Europeu que apenas visa reforçar o neoliberalismo selvagem (que está a ter um desfecho no mínimo ridículo nos E.U.A.), o federalismo e o militarismo no seio da U.E., por isso entrega recursos hídricos nacionais (como a água, imagine-se, a água!) a monopólios privados dos quais ficaremos reféns por gerações e a preços de mercado internacional, por isso deixa escapar áreas estratégicas da nossa economia (como a energia e a banca) para as mãos de grupos espanhóis, por isso defende a continuação da Política Agrícola Comum e os subsídios para não se produzir que resulta na importação de 60% a 80% da alimentação de que o país necessita! Deve ser por aí que é soberana.
Baseada na dignidade da pessoa humana? Onde está a dignidade num país com 2 milhões de pessoas (20% da população caralho!) no limiar da pobreza e muitas centenas de milhar de pensões e reformas de miséria, onde mais de 20% das crianças vivem na pobreza absoluta, com profundas desigualdades e injustiças sociais, baixos salários generalizados e deficiente acesso à saúde? Onde?
Não vou sequer falar na vontade popular, manietada diariamente pela comunicação social que apresenta tudo o que é mau e regressivo nos direitos como factos inevitáveis. Vou uma vez mais dar voz ao José Mário Branco que os topa à légua:
"Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas na esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! "
Livre, justa e solidária. Não me falem sequer em justiça que me começam logo a encarquilhar as unhas dos pés e isso são refluxos gástricos para outras lenhas. Por ventura o investimento público e privado têm primado por esbater as assimetrias regionais? Nunca! E a região de Lisboa e Vale do Tejo continua placidamente a aumentar como uma metástase desenfreada e internamente enlouquecida. O que temos na prática é uma sociedade condicionada, injusta e solitária. Estamos a ser comidos amigos.
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