21 de março de 2012

Santa Comba Dão, terra de forte labuta, foi lá que nasceu um grande filho da puta!

Santa Comba Dão lança marca Salazar.
Autarquia diz que o objetivo é ligar um nome conhecido em todo o mundo aos produtos da terra, como o vinho "Memórias de Salazar". Antifascistas estão contra.


Salazar vai ser marca registada para potenciar a economia do concelho que viu nascer o antigo Presidente do Conselho, Santa Comba Dão, e um dos primeiros produtos com esse cunho será o vinho "Memórias de Salazar".


António de Oliveira Salazar nasceu no Vimieiro a 28 de abril de 1889, onde está também sepultado, mas a ideia de recorrer à "marca Salazar" para o desenvolvimento do concelho, como explicou à agência Lusa o presidente da autarquia, João Lourenço, "não pretende alicerçar-se no saudosismo nem nas romarias da saudade" em relação ao antigo ditador.


"A nossa é sempre uma perspetiva objetiva e histórica, porque os juízos de valor não têm de ser feitos pela autarquia, têm de ser as pessoas, os historiadores, os investigadores [a fazê-los]. Nós temos apenas de demonstrar a nossa convicção de que o que estamos a fazer é útil para o concelho e para a região. E se temos um vinho `Memórias de Salazar´ é porque sentimos que as pessoas procuram essa ligação quando nos visitam", disse o autarca.


Firme oposição de antifascistas
A União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), entretanto, já anunciou a sua "firme oposição" à iniciativa. António Vilarigues, dirigente do núcleo local da URAP, lamentou à agência Lusa que a Câmara de Santa Comba Dão prossiga na ideia de recorrer à "realidade trágica" do Estado Novo, "que conduziu à detenção de milhares de portugueses e à morte de centenas", para alicerçar o desenvolvimento do concelho.


"Estamos perante a mesma questão de sempre, a tentativa de reescrever a história daquilo que foi o regime fascista em Portugal", considerou Vilarigues. Por seu turno, a autarquia -- que criou já a Associação de Desenvolvimento Local (ADL) de Santa Comba Dão - diz que o objetivo é "ligar um nome conhecido em todo o mundo aos produtos da terra", como é o caso do vinho, criar condições para historiadores e investigadores poderem estudar o Estado Novo e fornecer aos visitantes um espaço que lhes permita contactar com o passado de Oliveira Salazar na sua terra".
A URAP contra-argumenta que "nada tem contra a investigação e o estudo daquilo que foi o Estado Novo", mas frisou que "toda a documentação importante está na Torre do Tombo" e, por isso, "aquilo que se pretende para Santa Comba Dão nada adianta".


Autarquia quer dar novo fôlego ao projeto
A ideia da autarquia é dar agora um "novo fôlego" ao projeto, criar uma "marca Salazar" e, através da ADL, "procurar investidores que permitam o desenvolvimento integral da ideia, que passa pela recuperação da área urbana do Vimieiro ligada ao património que pertenceu a Salazar e espaço envolvente".


Toda a parte de recuperação patrimonial pode custar, segundo o autarca, dez milhões de euros, dinheiro esse que terá de vir da iniciativa privada, "mas também de entidades públicas" que tenham como missão o desenvolvimento local, sendo que este "é um dos 'projetos âncora' para o desenvolvimento da região Dão-Lafões".


Segundo João Lourenço, "o tempo dos grandes investimentos acabou para as autarquias. Os municípios têm tudo feito, das redes de saneamento aos espaços culturais e desportivos, e, obrigatoriamente, o papel dos municípios terá de ser redirecionado, o desenvolvimento tem de partir de ideias locais".


Em cima da mesa há, todavia, questões por resolver, como o património ainda na posse dos dois herdeiros - Rui Salazar, que vive no Vimieiro e com quem a autarquia "tem tudo bem encaminhado", e António Salazar, o outro sobrinho-neto do ditador, "com quem decorrem conversações com muitos pormenores por acertar". Se o projeto "entrar agora em definitivo nos carris", apesar dos "passos seguros" que já foram dados, este poderá estar concluído, de acordo com João Lourenço, "num espaço de cinco, seis anos". Na opinião do autarca, "para a população, quase a 100%, ainda é muito tempo perdido".


Memórias de estadias na quinta
Assim pensa Maria Natália, de 78 anos, que nasceu na casa ao lado daquela que viu nascer Oliveira Salazar, e para quem, como contou a própria à agência Lusa, "é uma necessidade não deixar morrer a memória de Salazar". Em declarações à agência Lusa, Maria Natália lamentou, enquanto apontava para as águas furtadas "onde Salazar nasceu", que as ruínas "comecem a tomar conta de tudo", nomeadamente a parte mais frágil, como acontece com a casa feita em estuque e materiais menos nobres, cujas portas estão abertas e onde abundam grafitos nas paredes interiores. Na memória que Maria Natália tem do antigo Presidente do Conselho, estão as suas estadias na quinta, quando fugia aos guardas para ir "falar e cumprimentar as pessoas" e "dar uns doces com a forma de cães e gatos" aos miúdos, onde a própria se incluía, "ainda não tinha 10 anos".


Notícia aqui.


Isto de tentar branquear uma ditadura sanguinária, que representou um atraso inconmensurável na literacia e na mentalidade de uma nação durante tantos anos, não é nada salutar. Ficasse Santa Comba Dão com a sua forte labuta e veriam os seus esforços certamente reconhecidos. Era como reabilitar os nomes de Hitler ou de Mussolini para vender as salsichas e os vinhos das respetivas regiões daqueles ditadores. Não lembra ao Diabo! O pessoal da Câmara de Santa Comba Dão só pode andar a comer merda às colheres.

William White: "É surpreendente que tão poucos banqueiros tenham ido para a prisão"

O antigo banqueiro central do Canadá considera que não faz sentido que os administradores da banca conduzam as entidades à falência e sejam depois remunerados. E, em caso de um banco falir, White salienta que o dinheiro público deve ser o último a ser usado para o salvar.

“Sinceramente, uma das coisas que mais me surpreende nesta crise, nomeadamente em países como os Estados Unidos e o Reino Unido, é o escasso número de administradores da banca que acabaram na prisão”.

Esta foi a resposta de William White, antigo banqueiro central do Canadá e antigo economista chefe do Banco de Pagamentos Internacionais, a uma pergunta sobre salários e remunerações aos banqueiros das “cajas” espanholas que acabaram na ruína, numa entrevista ao jornal espanhol “Expansión”.

O economista do Canadá não consegue perceber que os banqueiros sejam remunerados depois de não terem conseguido cumprir os objectivos para que foram contratados. “Se alguém num cargo directivo de uma instituição fracassou em todos os sentidos práticos, a ideia de que saia com grandes quantidades de dinheiro é inapropriada”, refere à publicação.

White recorda que, nos anos 90, “com a crise das instituições de poupança e empréstimos (Saving & Loans), milhares de pessoas foram detidas”. “Desta vez, isso não aconteceu”, atira o presidente de da “Economic and Development Review Committee”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), sobre o que vem ocorrendo desde a crise financeira iniciada em 2007.

Na opinião do antigo governador do banco central do Canadá, segundo o “Expansión”, os primeiros a serem responsáveis por uma falência bancária devem ser os seus accionistas, seguidos pelos administradores. Posteriormente, os detentores de obrigações também poderão ser chamados a contribuir, embora, só em último caso, se deva recorrer a dinheiro público.

Portugal pode seguir-se à Grécia

Portugal pode ter de seguir a Grécia numa reestruturação ordenada da sua dívida, afirma White. E se os mercados o disserem, o país – e a Europa – “tem um problema”. “Mas quem é que sabe o que os mercados vão dizer? Se analisarmos o problema de um ponto de vista objectivo, e tendo em conta as medidas que estão a ser adoptadas, tudo deveria correr bem”, considera William White.

"No entanto, neste momento, prefiro dizer que a Grécia é uma excepção e pôr-me a esperar o melhor dos cenários", indica o responsável na OCDE.

Evitar que mais um país tenha de fazer uma reestruturação da sua dívida não é suficiente para acabar com a crise da dívida na Zona Euro. “A austeridade para todos ao mesmo tempo não é solução para a crise”, salienta o economista ao “Expansión”.

“Há que aceitar que a inflação é parte do processo: para solucionar as feridas em Espanha, precisa-se de uma bolha na Alemanha”, opina William White, que diz que este processo está já a acontecer, por exemplo, na Alemanha e na Holanda, com os preços do imobiliário em alta.


Notícia aqui.


Este senhor é também ele um ex-banqueiro. Acham reconhecível a sua opinião avalizada no que aconteceu com o B.P.N.?

14 de março de 2012

Paul Gilding no TED: A Terra está saturada.









Todos os caminhos nos levam ao Projeto Vénus. Pelo menos a algo muito parecido, uma economia baseada nos recursos e não no dinheiro que tudo, mas tudo, corrompe.

9 de março de 2012