Não encerremos o Museu de Artesanato de Évora Em Reunião da Câmara Municipal de Évora de 25 de Março passado foi celebrado o protocolo entre a Câmara e o Turismo do Alentejo para a criação do Museu do Design em Évora – Colecção Paulo Parra, no local do actual Centro de artes tradicionais – Museu de artesanato. Sem pôr em causa a qualidade e mérito da colecção em apreço, ou o que este género de oferta contemporânea pode contribuir para a atracção de novos públicos e para a promoção da cidade de Évora, com que aliás nos congratulamos, manifestamos tristeza por ser colocado de parte, ou secundarizado para o efeito, um importante marco da memória dos usos, costumes e tradições da nossa região. De facto mais que o evidente contrasenso de levar agora a cabo obras de adaptação a um edificio que esteve mais de década e meia em recuperação, reaberto ao público há pouco mais de dois anos, com inerentes pesados encargos para o contribuinte (cerca de um milhão de euros), esta iniciativa de fechar um Museu público de Artesanato, com um acervo de mais de um milhar de peças de valor histórico sem paralelo, para no seu lugar abrir um outro, particular e mais moderno, parece-nos, no mínimo, pobre. Empobrece o contribuinte, empobrece a memória da nossa região, empobrece a nossa oferta turística e a nossa cidade. Manifestando total apoio à ideia de implantar na nossa cidade de Évora o Museu de Design – Colecção Paulo Parra, vimos por este meio, os abaixo assinados, solicitar ao Turismo do Alentejo, à Câmara Municipal de Évora e a todos os vereadores que, sensiveis ao problema, encontrem uma solução alternativa que permita não apenas abrir este mas manter o outro, devidamente enquadrados, cada qual no seu espaço próprio. Assim deixamos, por exemplo, a sugestão de encerrar o estacionamento do SITEE da antiga Rodoviária Nacional em pleno centro histórico (que conta com alternativa gratuita no Rossio de S.Brás, a não mais de 100m de distancia), na rua da Republica - uma das artérias mais nobres da cidade de acesso à Praça de Giraldo – e nesses mais de três mil metros quadrados de Palacete, divididos por dois pisos, edificar – num deles - um Museu de Design que nos orgulhe a todos e que mostre também assim que a cidade de Évora reconhece e se orgulha de seus filhos. Acrescentariamos ainda a sugestão (tomamos a liberdade de o fazer) de, no outro piso livre, albergar porventura também o Museu do Presépio, e eventualmente por protocolo dar também acolhimento a outra colecção privada: a de Fernando e Fernanda Canha da Silva (que há mais de uma década busca espaço de exposição condigno e que conta com mais de dois milhares de peças de todo o mundo, onde muitas são do Alentejo). Contar não com uma atração turística mas com três, que conjugassem, devidamente enquadradas, história e modernidade, tradição e novas propostas, seria enriquecedor para todos. Encerrar um Museu de Artesanato ou reduzir a sua importância ao numero de ingressos que rende é mais que empobrecer-nos. É virar as costas à nossa história e ao que somos.
Podem assinar a petição aqui.
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