A diferença e a desigualdade entre os sexos, nomeadamente a nível de salários, deve ser resolvida, defende o Relatório da Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económico (OCDE), divulgado esta segunda-feira. A diferença entre homens e mulheres na taxa de emprego varia muito entre os países. Em 2008, era maior nas regiões do Mediterrâneo, Japão, Coreia, México e Turquia e menor nos países nórdicos. No entanto, essa diferença é maior no que se refere ao emprego a tempo inteiro, já que, por exemplo, na Holanda empregos em regime de «part-time» são mais comuns entre as mulheres (60 por cento) do que nos homens (16 por cento). Os dados indicam que das 62 por cento de mulheres empregadas, ganham um menos 1/5 do que os homens. No Japão e na Coreia, os homens tendem a ter um salário 30 por cento superior ao das mulheres, enquanto na Bélgica e Nova Zelândia a diferença é inferior a 10 por cento. Os homens ganham mais 18 por cento, em média, nos países da OCDE. Portugal ultrapassa em pouco essa taxa na contabilização das diferenças. Uma das justificações para estas diferenças é que o sexo feminino está em maior número em profissões pior remuneradas. O número de mulheres empregadas (dos 15 aos 64 anos) passou de 45 por cento em 1970 para 58 por cento. Estes valores apresentam uma variação geográfica, já que nos países nórdicos essa taxa é de 70 por cento e na Grécia, Itália, México e Turquia é de menos 50 por cento. Portugal ultrapassa os 60 por cento. Japão, México e Turquia surgem como excepções no modelo cada vez mais comum de família em que os dois membros do casal estão empregados. Em todos os países, o sexo feminino tende a ser mais pobre, principalmente numa idade mais avançada: o risco de pobreza relativa é mais alto 1.2 vezes entre as mulheres na faixa etária dos 66 aos 75 anos e de 1.8 vezes naquelas com mais de 75 anos. Em contraste, os homens correm 1.2 vezes esse risco, em relação à restante população, quando têm mais de 75 anos. Também é lembrado que as mulheres passam mais tempo a realizar trabalho não remunerado, como tratar de crianças ou de outro adulto como actividade principal e que os homens têm mais tempo de lazer. As mulheres também passam mais tempo na reforma, dado o aumento da esperança de vida, mas também como trabalhadoras e alunas. Também se reafirma que as mulheres são mães cada vez mais tarde e que, segundo os dados disponíveis, tem diminuído o número de filhos na adolescência. Uma em cada seis crianças vive apenas com um dos pais, estando a maioria com as mães, indica ainda o documento, sublinhando o aumento dos divórcios e do número de primeiros filhos nascidos sem que os pais estejam casados. Refere também uma diminuição dos casamentos. Sobre a flexibilidade nas horas de trabalho, Portugal acompanha a Grécia nas menores taxas.
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