Não há dúvida nenhuma. O senhor presidente relativo do Conselho é um homem com muito azar. Não se pode dar um pontapé numa pedra e saltam logo para a ribalta tios, primos, mãe, pai, amigos íntimos, professores e, claro, o próprio senhor presidente relativo do Conselho. Foi assim no caso da Cova da Beira, nos projectos manhosos da Guarda, na licenciatura em Engenharia, no Freeport e agora na operação ‘Face Oculta’. É evidente que o senhor presidente relativo do Conselho diz-se vítima de perseguições, ódios pessoais, invejas políticas e outras coisas mais. Também é evidente que o senhor presidente relativo do Conselho não tem sido penalizado por todos estes casos, tanto do ponto de vista político como judicial. Antes pelo contrário. Governou quatro anos e meio com maioria absoluta, ganhou as últimas eleições Legislativas e aí está de novo à frente de um Executivo que tem por missão principal preparar novas eleições para o partido do senhor presidente relativo do Conselho voltar a ter maioria absoluta. E em matéria de Justiça estamos devidamente conversados. Na Cova da Beira, apesar de muitas suspeitas, o senhor presidente relativo do Conselho é apenas testemunha de uma das arguidas, os projectos da Guarda foram devidamente arquivados, a licenciatura ficou na gaveta do Ministério Público, no Freeport é o que se sabe e agora, na ‘Face Oculta’, as conversas com o arguido e amigo Armando Vara estão há quatro meses no baú do senhor procurador-geral da República, prontas para ser despejadas na lixeira mais próxima quando chegar o momento oportuno. Para grande satisfação dos suspeitos do costume, que já andam por aí a dar gritinhos de indignação pelo simples facto de um arguido ter sido escutado a ter conversas menos próprias com o senhor presidente relativo do Conselho. Como se previa, a normalidade está prestes a ser reposta neste sítio horrível, pobre, deprimido, corrupto, manhoso e obviamente cada vez mais mal frequentado. Uma normalidade execrável e podre que serve às mil maravilhas aos abutres do costume, que se alimentam todos os dias à mesa do Estado e atiram para a miséria milhões de indígenas sem presente e muito menos sem futuro. O senhor presidente relativo do Conselho é, sem dúvida nenhuma, a pessoa certa para alimentar, proteger, compreender e consolar nos momentos difíceis todas essas almas sequiosas de poder e dinheiro. Custe a quem custar, doa a quem doer. Justiça lhe seja feita.
Artigo de António Ribeiro Ferreira, aqui.
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