O Governo boliviano começou a distribuir os latifúndios ilegais face à nova Constituição a pequenos proprietários. A lei recentemente referendada proíbe extensões de superfície superior a 5 mil hectares. A entrega foi inaugurada pelo próprio Presidente Evo Morales, que deu 34 títulos de propriedade a outros tantos agricultores, guaranis, num total de 38 mil hectares. Milhares de indígenas assistiram à cerimónia, que decorreu na localidade boliviana de Santa Cruz. A concentração teve lugar a poucos metros de uma das grandes quintas expropriadas. Os novos proprietários não poderão contudo e para já ocupar os seus terrenos por os seus donos anteriores terem interposto acções na justiça contra o processo. Só depois de os casos transitarem em julgado, e caso os percam, isso poderá acontecer. Uma das coisas que a Constituição boliviana, aprovada em Janeiro, estipulou foi a proibição de latifúndios superiores a 5 mil hectares. A Bolívia era um dos países onde muito poucos tinham muitas terras e muitos milhares só podiam, e com sorte, trabalhar nelas. E os guaranis, uma das principais etnias do país, eram – e são – uma das comunidades mais abandonadas. As terras distribuídas não o foram por estarem “improdutivas”, disse Morales, mas por serem palco de “violações dos direitos humanos”. O Presidente, o primeiro índio a chegar a uma presidência na América Latina, é particularmente popular entre a população indígena aimara, quechua e guarani.
Notícia aqui.
A isto se chama trabalhar em prol da população que o elegeu e não ser capacho dos interesses dos grandes grupos económicos. Este é um bom exemplo de restituição de direitos aos povos indígenas com a tentativa de reverter o abuso da era colonial. Está de parabéns Evo Morales e esperemos que na restante América Latina lhe sigam o exemplo. Só neste país de pelintras se acha normal importar tudo o que poderíamos produzir e se acha necessário haver terras por cultivar...
Sem comentários:
Enviar um comentário