O futuro não acontece pura e simplesmente. Excepção feita às catástrofes naturais como os terramotos, o futuro resulta dos esforços das pessoas e é largamente determinado pelo nível de informação dessas mesmas pessoas. Podes desempenhar um papel na formação do mundo de amanhã simplesmente se te colocares perguntas como: “Em que tipo de mundo quero eu viver?” ou “O que significa para mim a democracia?”. Existem muitas outras opções de organização, tanto social como económica, para o futuro da humanidade e que não passam por aquelas que são tipicamente discutidas nos dias de hoje.
Eis um cenário para teres em conta: Supõe que és chamado para delinear a civilização planetária sem quaisquer limitações baseadas na forma como hoje as coisas se processam. O objectivo é ajudar o mundo a livrar-se de guerras, da pobreza, da fome e da degradação ambiental acelerada, criando um mundo melhor para todos os habitantes do planeta, com uso apenas dos recursos naturais disponíveis, a uma taxa de exploração sustentável e pelo maior período de tempo possível.
Lembra-te ainda que tens liberdade para reordenar a sociedade de qualquer forma que penses que ela vai funcionar em pleno. A única limitação que se apresenta, naturalmente, é que o teu reordenamento social deve considerar a capacidade efectiva global do planeta para suportar todos os habitantes considerados, o que significa que os recursos disponíveis devem ser suficientes para essa população.
Podes inclusivamente reordenar toda a civilização por forma a que trilhe o caminho que consideras como levando ao melhor resultado possível, não esquecendo nunca porém que cada necessidade não satisfeita em qualquer segmento da sociedade reduz a qualidade de vida de todos, sem excepção. Estas premissas poderão incluir não apenas protecção ambiental, mas também planeamento de cidades, sistemas de transportes, relações interpessoais e a reestruturação da educação, se achares que tal acção se revela também necessária.
As opções são ilimitadas como veremos. Estabelecerias nações individualizadas? Preconizarias um conselho de administração internacional? E como geririas e distribuirias os recursos mundiais para satisfazer as necessidades de todos? Utilizarias o método científico para tomar decisões ou confiarias na política clássica ou no misticismo? Como lidarias com as diferenças das diversas crenças religiosas? Podes até, para teres toda a liberdade de actuação conceptual, considerar outro sistema de distribuição da riqueza que não use o dinheiro como moeda de troca.
A um nível mais pessoal, buscarias obter uma posição de vantagem sobre os demais? Reclamarias uma casa maior, um carro mais luxuoso ou uma televisão de alta-definição ainda maior? E com que fundamentos acharias que mereces essas coisas em lugar dos outros? Ou porque achas que os outros não as merecem? Pelas tuas capacidades próprias, ou competências superiores? Pelo teu investimento de tempo ou dinheiro?
Lembra-te também que se forçares qualquer nação a aceitar um conjunto pré-determinado de valores diferentes daqueles que aplicas à tua própria nação ou vizinhança, isso gerará um forte sentimento de revolta. Declararias, pelo contrário, leis e tratados universais? Como prevenirias a corrupção política? Utilizarias métodos militares e policiais para controlar a população? Considerarias todos os recursos disponíveis no planeta como uma herança comum a todas as nações?
Para que se possa completar essa tarefa de idealização temos de libertar-nos de preconceitos e nacionalismos e fazer reflectir essa atitude na delineação das políticas a implementar. Como farias essa abordagem específica? Não é uma tarefa fácil e que necessita que para ela concorram os conhecimento especializados de várias disciplinas do conhecimento.
Estes são apenas alguns dos problemas que devemos considerar quando nos propomos a tão exigente tarefa. Pode tratar-se, em suma, de uma nova abordagem subordinada a considerações antigas ou tradicionais, religiosas ou outras, mas sempre tendo em mente a vasta população a quem esta idealização de sociedade se destina. Deves sentir-te livre para transcender a realidade actual, o que é obviamente desejável, atingindo ideias inovadoras e criativas.
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