26 de outubro de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Nono Capítulo.

A Energia.

Nestas e em outras cidades flutuantes ou plataformas, poderosas turbinas alimentadas pelo vento podem captar as brisas oceânicas para produzir energia. Os geradores alimentados pelo vento ou pelo Sol encontram-se geralmente localizados nos conveses superiores. Também a água fria encontrada nas profundezas dos oceanos pode ser bombeada para a superfície para, através da conversão de diferenças de temperatura, produzir mais energia eléctrica. Só este último processo de produção de energia seria suficiente para garantir as necessidades energéticas da respectiva cidade.


Aquacultura Marinha.

A aquacultura marinha, enquanto produção planificada de colheitas de espécies marinhas e de comunidades de peixes, pode ser concebida para acolher mais do que um tipo de vida marinha. Uma relação simbiótica mútua pode ser estabelecida ao mesmo tempo que se procuram simular as condições naturais com a maior proximidade possível. Uma grande variedade de plantas aquáticas pode ser cultivada em várias camadas suspensas por cabos em campos submersos junto às cidades marítimas. Em muitos dos casos pode haver colheita automática da parte superior dessas plantas, deixando as raízes e restante parte das plantas para novas colheitas que não necessitarão assim de nova plantação.

Estas plataformas oceânicas flutuantes seriam equipadas com unidades de dessalinização operadas através da energia solar, que extrairiam água doce para as culturas hidropónicas e outros usos que necessitassem dessa água. Também os nutrientes encontrados nas águas profundas podem ser aproveitados para alimentar a aquacultura marinha. Como decorre de todo o espírito do projecto, também as áreas de produção de aquacultura e aquacultura marinha seriam sujeitas a monitorização internacional interactiva.

Estas práticas tornariam possíveis os complexos de aquacultura marinha sustentáveis, introduzindo os mais avançados princípios de poli-cultura que garantem a manutenção da reprodução e do equilíbrio natural entre espécies. Todas as precauções seriam tomadas para prevenir a perturbação ou dano das áreas de desova que têm alimentado a raça humana durante séculos.


Transporte.

Estruturas flutuantes de grandes dimensões podem ser equipadas com instalações de carga e armazenamento aptas a receber navios e respectiva carga. Grandes navios que processam alimentos durante a sua marcha podem também transportar passageiros e carga para essas cidades no mar.

O convés superior das cidades marítimas disporia de uma zona de aterragem para helicópteros ou aeronaves de descolagem vertical, os DAV (Descolagem e Aterragem Vertical). Unidades de deslocação computorizadas garantiriam a movimentação vertical, horizontal e radial dentro destas instalações.


Empreendimento Conjunto.

Onde se considere a instalação de um projecto desta magnitude é imperativo que os benefícios daí resultantes sejam partilhados, como se verificará para todos os outros recursos, de igual forma por toda a comunidade global. A riqueza mineral dos oceanos, assim como todos os outros recursos do nosso planeta, devem ser partilhados por todas as nações como sendo a herança comum da humanidade.

Sem comentários: