29 de dezembro de 2011

Falta de matérias-primas na indústria pode chegar em cinco anos. As "profecias" de Jacques Fresco começam a surgir...

Bomba-relógio. É este o nome sugestivo de um relatório da consultora norte-americana PricewaterhouseCoopers (PwC) que incidiu sobre algumas das maiores indústrias de transformação nas áreas dos produtos químicos, automóvel, energias convencionais e renováveis, aviação, metais, infra-estrutura e alta tecnologia.
O documento pretendia saber qual o impacto que uma escassez de matérias-primas terá, e onde, ao longo dos próximos cinco anos.
Dos vários setores, os líderes de negócios nas áreas automóvel, de produtos químicos e energia temem que serão os mais atingidos de acordo com o estudo "Falta de minerais e metais na indústria: uma bomba-relógio".
Para Malcolm Preston, diretor de sustentabilidade global na PwC, "Há muitas indústrias que só agora reconhecem que temos estado a viver acima dos meios do planeta. Novos modelos de negócio vão ser fundamentais para que se consiga responder aos riscos e oportunidades colocados pela escassez de metais e minerais".


Governo e empresas devem estar cientes da escassez
Hans Schoolderman, principal autor do estudo, acrescenta: "O crescimento da população mundial, o aumento dos níveis de riqueza e a mudança nos padrões de vida estão a elevar os níveis de consumo globais, criando uma procura cada vez maior de recursos", diz. "Eu penso que tanto os Governos como as empresas devem estar cientes da abrangência, da importância e da urgência da escassez de matérias-primas renováveis e não-renováveis: energia, água, terra e minerais", conclui.
Entre os minerais e metais na lista de "crítica" estão o berílio, o cobalto, tântalo, o flurospar e o lítio. O berílio é usado na aviação e projetos aerospaciais, bem como em armamento militar, enquanto o cobalto se usa por exemplo para baterias recarregáveis de automóveis e o tântalo ao nível dos telemóveis, computadores e eletrónica automóvel. O flurospar é usado na indústria de construção, no fabrico de vidro e cimento, bem como em estrututas de aço e o lítio é usado generalizadamente em baterias.


Instabilidade e interrupções já em 2016
Segundo o estudo, o risco de escassez em todos os setores deve aumentar significativamente, levando a instabilidade e a interrupções de fornecimento potencial nos próximos cinco anos, mas isso também vai criar oportunidades para a vantagem competitiva.
O relatório indica que 77% das indústrias consultadas admite que a escassez de metais e minerais é um tema importante para os seus negócios. A indústria automóvel é uma das que já está em nível de alerta - 80% dos inquiridos demonstrou inquietação face à falta de matérias-primas - ao passo que as empresas nos setores das energias renováveis e bens de consumo já estão a sentir alguma instabilidade no fornecimento de matérias-primas. Os setores que se seguirão, de acordo com o documento, são os da aviação, tecnologias de ponta e infraestruturas, que deverão sentir a falta no abastecimento de forma crescente até 2016.
Curiosamente, o estudo norte-americano reconhece que das empresas europeias, em regra, estarão mais bem preparadas com programas e políticas de minimização de riscos a este nível dos que nos EUA.
O estudo da PwC abrangeu 69 executivos de sete setores diferentes em três continentes, Ásia-Pacífico, Américas (Norte e Sul) e Europa. A maioria das empresas são protagonistas-chave no mundo, com faturação de mais de 10 biliões de dólares.


Notícia aqui.


E isto é apenas a ponta do iceberg... Não convem falar muito do assunto para não por em causa o ainda vigente modelo económico. Se fizerem o download do prospeto "Desenhando o Futuro", disponível aí do lado direito da página, e colocarem a palavra escassez na busca, vão perceber a consciência cientificamente comprovada que o autor tem sobre a escassez a todos os níveis e as soluções que aponta para a ultrapassar. Claro que o sistema financeiro mundial não quer ouvir falar dessas alternativas, muito porque significariam o seu fim. Não acham que está mais do que na hora de tomar consciência do que estamos a falar?

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