23 de novembro de 2010

Amanhã estamos, todos, em greve!


Vamos fazer Greve Geral porque há alternativas e porque não aceitamos fatalidades. Esta é uma luta contra a resignação, para abanar as consciências. É tempo de denunciar as falsas verdades.

Primeira falsa verdade: A Greve não serve de nada porque tudo já está decidido. Falso. Se não lutarmos tudo será pior. Esta é uma luta pelo presente e pelo futuro. A resignação nunca fez avançar as sociedades. Fatalismo significa estagnação. Em tempos difíceis a solidariedade é ainda mais importante. É tempo de dizer que basta de desigualdades.

Segunda falsa verdade: A Greve Geral não resolve o problema da crise. Falso. As medidas de austeridade é que não resolvem o problema da crise. Asfixiam os que menos têm, privilegiam os mais ricos, mantêm a mesma política que originou a crise. Se esta política resolvesse a crise há muito que viveríamos em abastança, uma vez que há anos que são pedidos sacrifícios aos trabalhadores, sem resultados, que não sejam mais sacrifícios e mais desigualdades. A greve aponta outros caminhos.

Terceira falsa verdade: Não há alternativas. Falso. Há alternativas. É preciso combater a economia paralela que atinge mais de 20 % da actividade económica e pô-la a pagar impostos. É preciso combater a evasão fiscal que se cifrou em cerca de em mais de 10 mil milhões de euros. É preciso travar a fuga de capitais para os paraísos fiscais. A banca apenas pagou de impostos 4,35% em 2009 e as pequenas e médias empresas pagaram 26,5%. No período de um ano surgiram 600 novos multimilionários em Portugal. Os rendimentos do capital e em especulações bolsistas precisam de ser mais justamente tributadas. É preciso acabar com os compadrios e salários milionários em institutos e empresas públicas. Há soluções e há alternativas.

Quarta falsa verdade: As medidas de austeridade são só para os funcionários públicos. Falso. Isto atinge todos. A redução de salários é uma referência para os privados cortarem nos salários e seus aumentos. O corte na protecção social atinge os mais desfavorecidos. Os cortes no abono de família são para todos. A redução das funções sociais do Estado penaliza todos os cidadãos. As reduções na saúde, educação, justiça, cultura, segurança, etc. são o prenúncio do fim do Estado, tal como o conhecemos.

Quinta falsa verdade: As medidas são temporárias, só até resolvermos o problema do défice. Falso. O que aqui decidirem e levarem a cabo é para manter. Levámos anos a concretizar estas conquistas sociais. Levaremos anos a reconquistá-las. Não o podemos permitir.


Eu diria mesmo que foram décadas para se conseguirem estas conquistas sociais. À luta!

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