14 de abril de 2010

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Décimo Capítulo.

Leis e Decisões.

Decisões.
Como se chega às decisões numa sociedade cibernética com a economia baseada nos recursos?
Para responder a esta pergunta recorremos a computadores, que enviam continuamente informações sobre o ambiente, e ao método científico. Esses computadores teriam sensores eléctricos localizados por todo o globo e em todas as áreas dos complexos sociais estabelecidos. Por exemplo, esses sensores eléctricos retiram informação de áreas agrícolas onde sistemas computadorizados gerem e controlam as necessidades de produção como a água, fertilizantes, insectos, pestes, doenças das plantas, etc. As decisões são portanto tomadas automaticamente, pelas máquinas, em função das necessidades específicas das culturas e com informação permanentemente actualizada. O resultado, aplicando este mesmo princípio a outros campos da vida diária, será uma civilização mais humana, com maior sentido de responsabilidade e que não baseia as suas decisões nos caprichos, opiniões ou desejos de um sector em particular ou até individual.

Podemos também pensar neste conceito como um sistema nervoso autónomo e central. O corpo humano responde automaticamente a uma infecção. Se temos uma infecção num dedo do pé não ocorre nenhuma reunião entre as células para informar o cérebro sobre essa infecção, uma vez que o sistema nervoso direcciona automaticamente anti-corpos para a área afectada de forma a combatê-la rapidamente. Esta resposta automática do sistema nervoso é em tudo semelhante ao funcionamento de uma economia baseada nos recursos como temos aqui apresentado.

A pergunta que devemos formular é: “Que fim queremos que a cultura sirva?”. À medida que vai sendo ultrapassada a necessidade do dinheiro e a nova missão passa a ser fornecer bem-estar a todos, protegendo o ambiente, as respostas ficam disponíveis rapidamente. O resultado será ar e água puros, terra arável, alimentos nutritivos, transportes eficientes, uma educação relevante e continuamente actualizada, um bom sistema de saúde, interacção social construtiva e cidades funcionando para servir estes fins e ainda mais. Tudo isto significa uma abordagem mais humana e prenhe de significado intrínseco para moldar uma sociedade que não se baseia simplesmente em opiniões.

Enquanto transitamos para um processo integralmente cibernético de gerir os assuntos práticos da humanidade, novas tecnologias podem ser implementadas de forma a remover o erro humano. Essas máquinas fornecerão informação em vez de opiniões, reduzindo consideravelmente a influência de más avaliações e irracionalidade ou de componentes emocionais na forma como os assuntos são geridos. Deste modo as pessoas terão um cada vez menor papel nas decisões a tomar e a sociedade pode assumir esforços para estabelecer a Inteligência Artificial e as máquinas como o modo de gerir todos os recursos, servindo eficazmente o bem comum.

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