9 de setembro de 2009

Com uma gestão assim quem precisa de inimigos?

A Câmara de Lisboa pagou 2,9 milhões de euros ao arquitecto Frank Gehry por um projecto de requalificação do Parque Mayer que nunca saiu do papel, noticia a Agência Lusa. O arquitecto foi contratado no tempo em que o presidente da autarquia era Santana Lopes. De acordo com a Lusa, que cita fonte da autarquia lisboeta, o pagamento foi feito através da EPUL (Empresa Municipal de Urbanização de Lisboa). Só que António Costa acabou por pôr de parte o projecto ao lançar um concurso de ideias, que foi ganho por Aires Mateus, autor do modelo urbano que será votado quarta-feira em reunião de Câmara. De acordo com a Lusa, que cita, o documento orientador (termos de referência) do Plano de Pormenor (PP) do Parque Mayer, o projecto deverá integrar a proposta vencedora do concurso público para a recuperação do Capitólio, da autoria do atelier Souza Oliveira. O PP deverá incluir um hotel com 100 quartos e admite um outro para investigadores e professores convidados na área dos Museus da Politécnica. Os termos de referência assumem o Parque Mayer como uma área vocacionada para actividades lúdicas e culturais, mas também para a «fixação de outras actividades que complementem e viabilizem economicamente a operação». (...)

Notícia aqui.

Fizeram bem as contas? São 580 mil contos para o bolso do Tommy Jerry, sem passar pela casa da partida e sem que se tivesse evoluído para além de uma fase de intenções do projecto! E a Judiciária não investiga isto? Não averigua se numa das suas viagens de vassalagem ao Clube de Bilderberg Santana Lopes se terá, quem sabe, encontrado com esse personagem de cenários megalómanos? Há aqui qualquer coisa muito estranha mas, como sempre, a nossa imprensa não prima por uma investigação séria e profunda e despeja assim as coisas, sem praticamente nenhuma utilidade que não seja uma forte indignação pelo deboche descarado e pornográfico com que gerem o nosso dinheiro. Uma enorme tristeza.

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