17 de junho de 2009

"Desenhando o Futuro" por Jacque Fresco. Sétimo Capítulo.

As Casas.

Sendo já numerosas neste início do século XXI, as casas do futuro podem parecer algo surreais. As casas que podem ser abrigadas das condições atmosféricas por meio de dispositivos electrónicos são disso um exemplo. Ou o novo mobiliário que pode assumir formas que se adaptam directamente aos contornos do nosso corpo. Ou ainda as mais recentes tecnologias que, muito em breve, proporcionarão paredes completamente transparentes que permitem admirar a paisagem circundante sem que do exterior se veja alguma coisa para dentro do edifício. A luz solar pode ser controlada e suavizada de acordo com as preferências dos ocupantes e com o mero toque de um dedo. Para além destas inovações, estes edifícios fornecerão também uma eficaz barreira contra o som exterior, insectos e poeiras, mantendo facilmente a temperatura interior no grau desejado. Os telefones serão inteiramente invisíveis, visto que serão integrados na estrutura interior da habitação, e com o som dirigido directamente para os nossos ouvidos de modo electrónico. Os materiais que compõem o edifício gerarão energia, para além de poderem controlar termicamente a atmosfera envolvente.

Com a aplicação inteligente de tecnologias mais humanas, um vasto arranjo de casas individuais mas únicas pode ser facilmente obtido. Os elementos estruturais serão flexíveis e coerentemente organizados para melhor servir cada indivíduo na sua especificidade. As casas modulares pré-fabricadas incorporarão um alto grau de flexibilidade, característica inconcebível no passado, podendo ser montadas em qualquer lugar à nossa escolha, seja no meio de florestas, no topo de montanhas ou em ilhas remotas. Estas casas podem ser concebidas como residências autónomas com geradores térmicos, concentradores de calor e painéis fotovoltaicos aplicados directamente nas paredes exteriores dos edifícios. As janelas térmicas podem colorir-se para controlar o excesso de luz solar utilizando diferentes padrões e cores de ensombramento. Todas estas possibilidades técnicas são controladas pelo utilizador e fornecem energia mais do que suficiente para operar todas as funções da própria casa, desde a iluminação até ao aquecimento.

As casas seriam também dotadas de uma combinação rigorosa de diferentes metais, com o fim de beneficiar do efeito “par termoeléctrico” para aquecimento e arrefecimento interior. Outros materiais combinados com plástico ou compósitos cerâmicos constituiriam a estrutura da casa. Com esta aplicação combinada de materiais o resultado é que quanto mais quente estiver o exterior, mais fresco se tornará o interior do edifício, constituindo assim a estrutura um agente activo de regulação térmica. Os interiores das habitações contudo, seriam sempre concebidos para se adequarem às preferências de cada indivíduo.

2 comentários:

Maria disse...

Pois muito bem...


E isto é para quando ??

vermelho disse...

Ora seja bem-vinda a desaparecida!
Isto já é possível do ponto de vista técnico, falta a vontade humana. Uma utopia nunca é para amanhã, é algo que se constrói com base na sedimentação mental do colectivo... Gostei de te ver por aqui!
Beijo na testa.